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Juninho assume o Corinthians "rachado"

O ex-zagueiro assumiu o comando hoje no lugar de Júnior, prometendo que, em sua gestão, não haverá diferença de tratamento entre veteranos e inexperientes.

Por Agencia Estado
Atualização:

Juninho Fonseca é o técnico que vai substituir Júnior interinamente até o final do ano. Ele assumiu o time hoje à tarde com o desafio de tirar o Corinthians do buraco. Mas não será fácil. Além de um elenco limitado e inexperiente, fragilizado pelos constantes resultadcos negativos, o grupo está rachado da mesma forma que a diretoria. O diretor-técnico Roberto Rivellino, contratado com Júnior, fica e vai ajudar na escolha do futuro treinador, aquele que fará o planejamento para a próxima temporada. Esse nome, porém, só será definido quando o racha na diretoria for resolvido. Porém, é consenso no clube que novas descobertas de Citadini, como Júnior e Dario Pereyra, não serão mais aceitas. Isso ficou claro para o vice-presidente de Futebol numa longa reunião hoje à tarde, no gabinete da presidência - com a presença de seus principais opositores. Na prática, isso já está funcionando. Hoje Citadini apareceu no campo ao lado de outros dois vice-presidentes, Andrez Sanches e Fran Papaiordanou - homens da confiança de Nesi Curi, principal opositor ao trabalho de Citadini. Os dois ficaram longe da mídia hoje mas passam a dividir o poder com Citadini a partir de agora. Pela manhã, Rivellino disse que a saída de Júnior foi uma surpresa. O diretor-técnico desmentiu que tenha se desentendido com o ex-treinador. "Quando ele me ligou na segunda-feira à tarde, estava aflito. Disse que queria sair e que a decisão era irrevogável. Até o presidente Dualib chegou depois para contornar a situação e não conseguiu". Entre os técnicos que estão sendo especulados para ficar assumir o time em 2004, Rivellino elogiou Oswaldo de Oliveira. "Pode ser. É um bom nome. Já esteve aqui e foi campeão". Mas em seguida disse que o clube ainda não pensou em ninguém. "Só acho que o Corinthians precisa contratar o mais rápido possível o técnico para fazer o planejamento para o ano que vem. Se demorar muito, pode complicar". Roque Citadini apareceu no campo só no final da tarde, já acompanhados por Fran e Andrez, que ficaram afastados da mídia. Citadini disse que eles estão colaborando (´e bem´) com o departamento de Futebol profissional. Na verdade, os dois não aceitaram ser figuras decorativas e vão mandar tanto quanto o vice de Futebol. O vice de Futebol mostrava um sorriso amarelo, típico de quem acusava o golpe. Por motivos óbvios, não parecia tão disposto a falar. Apenas confirmou o que já estava mais do que confirmado: a escolha de Juninho. "A idéia é que ele vá até o final da temporada". No final da entrevista, porém, reconheceu que a saída de Júnior foi mesmo um baque. "Infelizmente, o clube depende de planejamento e de pessoas. E as pessoas mudam". Às pessoas que querem derrubá-lo, deixou um recado: "Desde o dia em que cheguei aqui falam em uma corrente para me derrubar. Mas eu sou de cargo eleito, não tenho nenhum problema". Juninho dirigiu o primeiro treino do time principal sem nenhum acanhamento. Tratou veteranos e experientes como o mesmo critério. Aos repórteres, rendeu boas declarações. Foi autêntico e não escondeu que sonha com um futuro melhor no Corinthians. "Meu sonho é ser técnico e trabalhar num time grande. Acho que estou no caminho certo". O treinador interino também admitiu que esperava ser chamado. "Se eu disser que não estaria mentindo. Mas fiquei no meu canto, só esperando. Não sabia se rezava para dar certo ou se rezava para dar errado". Na sua gestão como técnico, não haverá diferenças entre veteranos e inexperientes. "Vamos dividir responsabilidades. Temos que buscar nossas virtudes. Se olharmos só para os defeitos vamos esquecer as virtudes".

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