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Just Fontaine ainda lamenta gol perdido

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Por Agencia Estado
Atualização:

Não é só Zagallo que ainda tem na cabeça o filme do jogo entre Brasil e França na Copa de 1958. Um francês que assombrou o mundo naquela época por sua facilidade de fazer gols também se recorda de muitos detalhes da partida disputada em 24 de junho no Estádio Rassunda, na Suécia. Just Fontaine, artilheiro daquele Mundial com 13 gols - marca ainda não alcançada -, lamenta até hoje um gol que perdeu quando a partida estava empatada em 1 a 1. Um gol que poderia ter proporcionado um final diferente do jogo (o Brasil venceu por 5 a 2 e foi à decisão com a Suécia), e consequentemente, da Copa. "Até hoje, mais de 40 anos depois, sinto raiva do gol que perdi diante do Gilmar. Na Copa inteira, conclui a gol 18 vezes e marquei 13 gols. Mas essa ocasião é a que mais lamento??, disse Fontaine. Nascido em Marrakesh, no Marrocos, Just Fontaine é hoje um senhor de 70 anos que mora na cidade francesa de Toulose, numa casa de número 13, onde foi procurado pelo jornal L?Equipe, que aproveitou a partida em comemoração ao centenário da Fifa para fazer uma série de entrevistas com vários jogadores que vestiram a camisa dos "Bleus?? em duelos com o Brasil. A conversa com Just Fontaine foi publicada na terça-feira. O artilheiro recorda que os franceses não tinham informações sobre os brasileiros e que só perceberam o que teriam pela frente quando a partida daquela semifinal de Mundial começou. "Percebemos logo que se tratava de um grande time, até porque Vavá foi marcando (aos 2 minutos). Mas consegui empatar (marcou aos 9) e a partida ficou equilibrada. Senti que o Brasil estava com um pouco de medo da França, por causa do nosso ataque. Até que perdi aquele gol... Depois, o Jonquet, nosso zagueiro, quebrou o perôneo num choque com o Vavá. Ficamos com 10, o Didi faz 2 a 1 e fomos para o intervalo abalados moralmente. Ainda tentamos acreditar que daria, mas não foi possível.?? Fontaine considera que os três últimos gols do Brasil, feitos por Pelé, ocorreram principalmente por falhas dos franceses. Mas não tira os méritos dos sul-americanos. E o que mais me marcou foi o Pelé, um garoto-prodígio. E o Brasil tinha uma equipe fantástica.?? Se Zagallo recorre a 1958 para minimizar a importância da derrota que 1998, Just Fontaine faz o contrário. Ele se escora no título que os franceses ganharam seis anos atrás para se sentir "vingado??. "Foi o meu maior presente aqueles 3 a 0. O cenário era inverso de 1958 e a França soube aproveitar. Saí do estádio pensando: ?Eles conseguiram?.??, comemora, ainda hoje, o artilheiro francês, que jogou a Copa da Suécia com chuteiras emprestadas pelo reserva Stephane Bruey. "Depois do Mundial, devolvi as chuteiras dos 13 gols, mas ele as jogou no lixo.??

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