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Justiça determina prisão preventiva e mantém 30 corintianos detidos em Bangu

Ordem foi emitida ao final de audiência de custódia realizada pela Justiça do Rio

Por Fabio Grellet e Rio de Janeiro
Atualização:

Os 30 torcedores do Corinthians presos em flagrante domingo, após brigar com policiais militares na arquibancada do Maracanã, vão continuar presos no Complexo de Bangu, no Rio. A juíza Marcela Assad Caram decidiu nesta terça-feira converter as prisões em flagrante em preventivas, por prazo indeterminado. Um outro torcedor, menor de idade, foi encaminhado à delegacia da criança e do adolescente.

Os presos são acusados de praticar lesão corporal, dano qualificado, resistência qualificada, associação criminosa e de promover tumulto em evento esportivo. Os corintianos ficarão em uma ala neutra, separada dos outros presos, por solicitação da magistrada. Eles já estavam encarcerados em Bangu.

Corintianos entram em confronto com a polícia no Maracanã Foto: Wilton Junior/Estadão

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A audiência em que foi decidida a manutenção das prisões foi realizada na Central de Audiências de Custódia e teve duração de quase três horas. A juíza questionou os torcedores sobre suas ocupações, ganhos e nível de escolaridade, entre outros itens.  Na decisão, a Marcela Caram considerou que as prisões preventivas eram necessárias, uma vez que os torcedores são oriundos de outro Estado, o que poderia colocar em risco a instrução criminal.

“Os fatos foram cometidos mediante o emprego de desmedida violência contra policiais que faziam a segurança do estádio, prestando, portanto, relevantíssimo serviço público, garantindo a integridade física e a incolumidade de todos os que ali estavam no intuito de se divertir”, justificou.

A magistrada também considerou que, apesar de os torcedores não terem combinado previamente o “cometimento de crimes’’, os presos, no momento das agressões, “uniram-se covardemente contra os agentes da Lei e da ordem’’.

O processo vai tramitar no Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos e advogados de alguns dos presos disseram que vão entrar a partir desta quarta-feira com pedido de habeas corpus, visando ao relaxamento da prisão.

A confusão, domingo, ocorreu antes do início da partida entre Flamengo e Corinthians. Ao fim do jogo, todos os torcedores corintianos, cerca de 3 mil pessoas, foram impedidos de deixar o estádio até que a polícia analisasse imagens das câmeras de segurança e identificasse os envolvidos no tumulto. A retenção durou aproximadamente três horas. 

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Em seguida, 64 torcedores foram encaminhados à Cidade da Polícia, no Jacarezinho, onde todos foram ouvidos. Na segunda-feira, os 30 que continuaram presos em flagrante foram transferidos para a Cadeia Pública José Frederico Marques, no Complexo de Bangu, onde irão permanecer.

AGRESSÃO Dos presos, 15 relataram que foram agredidos por PMs ainda durante o processo de detenção no Maracanã. Um deles mostrou à juíza marcas pelo corpo, a pedido de um advogado. Foi aberta uma investigação para apurar se houve ou não as agressões e os torcedores que fizeram a denúncia foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo delito.

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