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Justiça francesa de olho em Ronaldinho

Franceses querem saber se o PSG pagou todos os impostos da negociação do atacante brasileiro na venda dele para a Espanha. Além do PSG, outros clubes também estão sob suspeita.

Por Agencia Estado
Atualização:

As investigações envolvendo os presidentes da Lazio, Sergio Cragnotti, e da Roma, Franco Sensi, a suspeita de graves irregularidades na transferência de Ronaldinho Gaúcho do Paris Saint-Germain para o Barcelona e a prisão do presidente do Porto, Jorge Pinto da Costa, acusado de corrupção, voltaram a deixar o futebol europeu sob suspeita. Lavagem de dinheiro, acerto de resultados, malversação de fundos e sonegação de impostos são assuntos que deixaram o futebol em segundo plano esta semana na Europa. Sensi e Cragnotti estão sob intensa investigação há vários meses, mas até agora não foi feita nenhuma denúncia formal dos dois dirigentes. Os investigadores fazendários querem primeiro analisar tintim-por-tintim as transações de compra e venda de jogadores e a inclusão dos resultados desses negócios nos balancetes dos dois clubes de Roma. Existe uma forte suspeita das autoridades de que a maior parte dessas operações foi virtual, sem qualquer base real. Como não receberam nenhuma notificação judicial, tanto os dirigentes como seus advogados não quiseram se manifestar a respeito. Mas as investigações remontam a 2003, quando a polícia fazendária de Roma passou a analisar as transferências de jogadores dos os clubes da Série A. Na França, a venda de Ronaldinho Gaúcho do Paris Saint-Germain para o Barcelona também é alvo da Justiça local. Mas este não é o único caso. Na próxima semana, a Justiça vai decidir se inicia uma investigação oficial sobre todas as transferências do PSG entre 1999 e 2003, já que as primeiras observações revelaram "movimentações suspeitas", segundo o jornal Le Figaro. A transferência de Ronaldinho despertou o interesse também do Fisco francês, que suspeita de sonegação do clube, que teria declarado um valor abaixo do real supostamente para encobrir intermediários de sociedades financeiras de outros países e até mesmo bancos suíços. Como o jogador não tinha contrato, o Barcelona desembolsou apenas 27,5 milhões de euros para levá-lo. Mas, a maior parte do dinheiro teria ido parar na conta de uma empresa holandesa filial do Canal +, proprietário do clube de Paris, que havia comprado os direitos de imagem do jogador brasileiro. Oficialmente, o craque teria custado cerca de US$ 6 milhões ao PSG, cifra definida pela Fifa, em um conturbado acordo de indenização ao Grêmio. Em Portugal, o caso já chegou à esfera policial. Os agentes vasculharam a casa do presidente do Porto, Jorge Pinto da Costa, e as dependências do Estádio do Dragão, em busca de provas, como parte da Operação Apito Dourado, que vem investigando há nove meses denúncias de corrupção no futebol do país. Além do dirigente, foram detidos quatro árbitros e um empresário de jogador. Em abril, um juiz havia indiciado o presidente da Federação Portuguesa, Valentim Loureiro, por corrupção. Ele responde ao processo em liberdade e aguarda a data do julgamento.

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