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Juvenal Juvêncio é pressionado e fica acuado no São Paulo

Presidente tem recebido críticas até de aliados pela demora em agir para pôr fim à crise que assola o clube

Por Fernando Faro
Atualização:

SÃO PAULO - Acostumado a dominar os bastidores do São Paulo com mão de ferro, o presidente Juvenal Juvêncio experimenta a sensação de ser contestado dentro do clube. Mesmo entre os aliados, a sensação é de que o dirigente está perdido em meio ao barril de pólvora em que o clube se transformou, com a pior sequência de derrotas de sua história, e não sabe o que fazer.Quem o acompanha rotineiramente identifica sinais de desgaste e pressão que, hoje em dia, são bem mais sentidos do que no passado."O Juvenal está nas cordas. Nunca o vi assim antes", resume ao Estado um dos diretores que convivem diariamente com o presidente. Para ele, as imagens vazadas do dirigente discutindo asperamente e xingando alguns torcedores no churrasco do último domingo, marcado pelo entrevero entre situação e oposição, deixou-o em situação delicada e ajudou a passar a impressão de falta de rumo. "Há alguns anos isso não teria acontecido porque ele saberia como agir e que peças mover", diz, numa referência aos pedidos de demissão do diretor de futebol, Adalberto Baptista.A substituição do dirigente, visto como arrogante e truculento pelos jogadores e pela própria diretoria, é o motivo de maior discórdia. O único ponto de convergência entre situacionistas e oposicionistas é que o clube precisa de um profissional remunerado de melhor trânsito com os atletas e com mais bagagem no futebol. Juvenal, por enquanto, não se pronunciou sobre o assunto e tenta manter o escudeiro - ontem os dois estiveram no CT da Barra Funda e conversaram longe do alcance da imprensa -, mas vai avaliar novamente a situação durante a excursão do time pela Europa e Japão - onde disputa um torneio amistoso e a Copa Suruga. Ele já foi alertado por diversos diretores que demitir Adalberto pode dar algum oxigênio para sair da crise.Entre os outros pontos que vêm gerando críticas estão a fragilidade do elenco e até mesmo a demora para conseguir viabilizar o projeto de cobertura do Morumbi, cujo alvará da prefeitura foi anunciado com estardalhaço pela diretoria em outubro do ano passado e ainda não saiu do papel - o contrato de financiamento está parado na Comissão de Valores Mobiliários e ninguém se arrisca a dizer quando as obras terão início.FORÇAApesar de todas as críticas, Juvenal ainda desfruta de enorme força no Conselho Deliberativo e, por ora, é favorito absoluto a eleger o sucessor nas eleições do ano que vem, mas ele nunca esteve tão criticado e sob pressão. Há quem acredite que o cenário possa mudar se ele não mudar de atitude. "Estamos vendo o que vem acontecendo no Brasil, onde uma presidente imbatível está patinando. Isso pode se repetir na esfera esportiva", alerta o diretor. O dirigente, por enquanto, silencia. Resta saber até quando.NEGOCIAÇÃOO clube trabalha para sacramentar a contratação do lateral-direito Luís Ricardo, da Portuguesa, que esteve perto de acertar com o Palmeiras. Como já realizou seis jogos, ele foi dispensado do jogo contra o Goiás para não fazer a sétima partida e se tornar inelegível para ser negociado com outra equipe da Série A. Os dirigentes esperam confirmar o acerto nesta terça.

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