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Juventus luta para voltar à elite

Por Agencia Estado
Atualização:

A tradição do Juventus está em xeque. Sob o comando do eterno "boy da Mooca" Edu Marangon, hoje com 42 anos e em seu sétimo trabalho como treinador, o clube da Rua Javari sonha em voltar aos bons tempos. Caminha a passos largos para retomar seu posto na Série A-1 do Campeonato Paulista, perdido no ano passado após derrota por 2 a 1 para o São Paulo. O clube da cor grená vive graças à sua tradição. Já foi bem mais do que é hoje. Num passado recente, cansou de fazer frente aos grandes. Pelé também imortalizou suas cores. O Rei do Futebol afirma que o gol mais bonito dos 1.281 marcados na carreira ocorreu na Rua Javari, em 1959. O "Negrão" foi provocado pelos juventinos naquela tarde. Recebeu a bola e partiu para cima dos marcadores, dando chapéus seguidos, num total de três antes de fazer o gol. O Santos venceu por 4 a 0. O Estádio Rodolfo Crespi ficou imortalizado. E está intacto desde então, mesmo após 45 anos. Existe nele um ar de estádio inglês. Sua capacidade atual é de 4.900 lugares. Edu Marangon tenta resgatar essa tradição em conversas com o elenco. A maioria dos jovens jogadores desconhece a história do time. O atacante Fabinho, cinco gols, sabe pelo menos que o Juventus fazia frente aos grandes de São Paulo, a ponto de receber o apelido de Moleque Travesso. Já passaram por suas fileiras atletas como Oberdã Catani, Julio Botelho, Baltazar, Felix, Lima. César Luís Menotti, técnico campeão do mundo em 78 com a Argentina, acreditem, encerrou a carreira como atleta na Rua Javari, em 69. "Esses moleques não sabem de metade disso tudo. O Juventus tem história na cidade. Temos o dever de resgatá-la. Como? Vencendo os jogos e subindo para a Série A-1", diz Edu. O clube ocupa a terceira colocação do Grupo 2 da A-2. Os quatro primeiros de cada chave - são duas - se classificam para a próxima fase, que definirá os quatro times que subirão em 2006. As contas do futebol estão em dia. Ninguém ganha bem, mas todos recebem. A folha de pagamento é de R$ 30 mil, bancada pelo social do clube. "O presidente Armando Raucci, dizem, tem muito dinheiro, mas não tira de sua casa para aplicar na equipe. O futebol e o social sobrevivem com as próprias pernas", explica o treinador. Sem patrocinador, comissão técnica e jogadores se viram para superar as precariedades. Estão conseguindo.

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