Ídolo no São Paulo, Kaká, de 19 anos, vai sentir pela primeira vez o "gostinho" de vestir a camisa amarela da seleção brasileira, mesmo que na categoria Sub-20, no Mundial da Argentina, neste mês. Levando em conta exemplos anteriores, o meia são-paulino acredita que, se for bem poderá abrir as portas para a equipe principal. Ele ainda encara o desafio com jeito de menino, maravilhado com as novidades, diante de sua primeira temporada de treinos na Granja Comary, concentração do Brasil, em Teresópolis. "Você sente a responsabilidade quando chega aqui. Se você provar que tem condições, vai ficando", ressaltou Kaká. Para ele, o período na Sub-20 serve como preparação para a profissional. "É um exemplo o que se passou com o Júlio Batista e o Fábio", citou, se referindo a jogadores que estiveram na categoria de base e foram chamados pelo técnico Emerson Leão para a Copa das Confederações. As péssimas atuações da seleção principal, recentemente, podem representar uma chance para a jovem revelação são-paulina ser chamado por Leão. "Pode ser que abra espaço. Mas nem gosto de falar do momento da seleção", esquiva-se. Ao ser convocado pelo técnico Carlos César, Kaká conversou com os seus companheiros do São Paulo que já tinham passado pela seleção, como o goleiro Rogério Ceni e o massagista Luisão. "Eles me passaram as suas experiências". Por enquanto, antes da estréia no Mundial, a adaptação de Kaká tem sido total. Durante os treinos, percebe-se que ele está sempre envolvido nas brinacadeiras dos colegas, apesar de não ter feito parte da base do time que foi campeão sul-americano. "Fui muito bem recebido", reconheceu. O fato de seis jogadores do São Paulo terem feito parte da preparação - Renatinho foi cortado depois - ajudou o meia. Logo que chegou, passou a fazer parte do time base do treinador, embora não tenha a sua posição garantida. Acostumado a atuar no profissional, Kaká não acredita que terá facilidade em seu retorno aos juniores, mas a experiência vai ajudar o seu desempenho. "Estou habituado a um jogo mais viril, mas nos juniores a velocidade é maior", explicou. A sua intenção é ter boas atuações durante o Mundial e ajudar o Brasil a conquistar um título que não ganha desde 1993. Além disso, Kaká sabe que um bom desempenho em uma competição internacional pode despertar a atenção de times do exterior para onde pretende se transferir no futuro. "Antes, pretendo retribuir ao São Paulo por tudo que fez em minha carreira", disse o jogador, revelando uma postura rara entre os jovens jogadores. Embora tenha uma situação financeira estável na família, que é de classe média, Kaká garante que tem de conquistar os seus bens sozinho. "Tenho que conseguir comprar as minhas coisas", diz, de forma madura.