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Lateral Ilsinho lamenta bombardeio no estádio do Shakhtar na Ucrânia

Jogador atua ao lado de outros brasileiros e torce para que a paz volte a reinar no país que sofre com atuação de grupos separatistas

Por Paulo Favero
Atualização:

A Donbass Arena, estádio do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, foi alvo de duas bombas no sábado que destruíram parte da fachada do setor noroeste. Nenhum funcionário ficou ferido, mas alguns setores ficaram danificados. O famoso clube tem 13 brasileiros e está tendo de jogar na capital Kiev por causa do clima de guerra no leste do país. Para o lateral Ilsinho, a situação na Ucrânia está bastante complicada. "Soubemos das bombas durante a concentração e ficamos chateados. É algo que lamentamos muito. Mas é importante dizer que o clube vem nos dando todo o suporte e faz tudo que está ao alcance para nos ajudar. Mudamos de cidade, e passamos a treinar e jogar em outro local. Eles procuram fazer tudo que podem para deixar os estrangeiros tranquilos", conta. Ilsinho foi formado nas categorias de base do Palmeiras em 2006 e depois foi para o São Paulo. Acabou sendo vendido ao Shakhtar em 2007, mas voltou ao Tricolor em 2010. No ano seguinte foi parar no Internacional e, em 2012, retornou ao futebol ucraniano. Apesar dos problemas, ele não quer rescindir o contrato. "Sou profissional e não penso em sair. É claro que fico preocupado, mas em nenhum momento isso passou pela minha cabeça. Apesar de todas as dificuldades, estamos distantes das áreas onde ocorrem os confrontos. Além disso, temos a garantia do clube de que tudo está sendo feito para que possamos seguir trabalhando normalmente."

Donbass Arena sofreu um ataque à bomba Foto: Divulgação

Ele joga ao lado de outros brasileiros, como Bernard, Luiz Adriano, Marlos, Dentinho, Taison, Douglas Costa, e Wellington Nem, entre outros. No sábado, ajudou o time na vitória por 1 a 0 sobre o Obolon-Brovar, pela Copa da Ucrânia. "O ambiente é bom. Claro que ficamos preocupados e sempre tocamos no assunto, mas nós brasileiros estamos todos bem. Procuramos sempre conversar, nos unir ainda mais e levar uma vida normal. Um acaba ajudando a acalmar o outro e isso facilita muito", explica. Parte da Ucrânia vive um clima de guerra desde abril, quando separatistas a favor da Rússia passaram a ocupar prédios públicos em Donetsk, Slaviansk e Lugansk. Alguns brasileiros ficaram com receio de voltar das férias para o Shakhtar, e Ilsinho lembra que o problema está sendo enfrentado junto com a família. "Quando estamos distantes é normal que a preocupação seja maior, pois as notícias que chegam são sempre negativas. Por isso procuro sempre conversar com meus pais e familiares que vivem no Brasil para tranquilizá-los", diz. Bem acostumado ao país europeu, o jogador revela que a rotina agora é um pouco diferente da habitual, pois teve de sair de Donetsk, onde viveu muitos anos e estava completamente adaptado. "Em Kiev temos tudo que precisamos, é uma cidade tranquila, com boa qualidade de vida. Ficamos sabendo dos problemas pelos jornais e pela televisão. Estamos tristes pela situação do país e torcemos para que tudo seja resolvido o mais rápido possível. A gente tem de seguir trabalhando, não tem jeito", conclui, esperançoso por dias melhores.

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