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Leão desmente demissão e diz que continua no Santos

Treinador diz que boatos são de pessoas interessadas em sua saída; presidente do clube ainda o apóia

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Por Sanches Filho
Atualização:

Emerson Leão afastou nesta segunda-feira qualquer possibilidade de pedir demissão do cargo de técnico do Santos. Pela primeira vez, ele admitiu que a situação que encontrou na sua terceira volta ao clube é bem pior do que imaginava e diz que só há uma saída para a crise é vencer os dois jogos da semana - quinta-feira contra o Guarani e no domingo diante do Ituano -, ambos na Vila Belmiro. Veja também:  Emerson Leão: 'Temos de ter atitude e falar menos'  Santos perde para o lanterna do Paulistão e se complica de vez "Esses boatos de que eu pedi demissão ou que fui demitido estão sendo espalhados por pessoas desejosas que isso acontece. Mas, não há nada. E aproveito para mandar um abraço para elas", ironizou Leão, por telefone. O técnico contou que conversou com o presidente Marcelo Teixeira após a derrota contra o Rio Preto. "Em nenhum momento foi falado sobre esse assunto [sua saída do clube]. E vocês me conhecem", disse, lembrando que não é técnico largar o clube quando surgem dificuldades. Nos 21 anos de carreira de treinador, Leão pediu demissão uma única vez. Foi do Cruzeiro, em 2004, logo depois de ter assumido no lugar de Vanderlei Luxemburgo, que o substituiu no Santos. "Lá foi diferente. Disse aos irmãos Perrella que estava pedindo demissão porque não tinha como trabalhar com aquele grupo. Eles não queriam aceitar e me ofereceram um contrato de dois anos. Respondi que nem em cinco anos dava para resolver tudo e os resultados aí estão para provar que falei a verdade." Além das costumeiras pichações dos muros do Centro de Treinamentos Rei Pelé e das paredes externas do estádio da Vila Belmiro, a histórica derrota de domingo - foi a primeira vitória do Rio Preto, em mais 90 anos de existência -, na primeira divisão do Campeonato Paulista, provocou uma onda de boatos dando conta que Leão não era mais técnico do Santos. "Marcelo [Teixeira] está sendo pressionado, mas não vai ceder", garantiu um dos mais importantes assessores do dirigente, que pede para não ser identificado. "Quando Leão foi contratado, sabia o que iria encontrar e quando acertou com Leão, Marcelo sabia que tipo de técnico estava sendo contratado. Portanto, não há porque mudar agora." O que pode mudar a situação é que Leão ainda não assinou o contrato de dois anos, embora para que o combinado seja honrado, basta que, em caso de demissão, ele apresente duas testemunhas para fazer valer os seus direitos. Os nomes mais especulados na cidade são os de Vágner Mancini, Caio Júnior e Paulo Autuori. Há pessoas ligadas a Teixeira que consideram Leão um ditador e não vêem perspectivas de a crise que toma clube ser superada a curto prazo se ele for mantido no cargo. "Para sairmos dessa situação, precisamos vencer. Eu sei que se perder muito estou fora", afirmou o técnico, que enfrenta enormes dificuldades para implantar o seu método de trabalho porque o grupo de jogadores que encontrou estava habituado com treinos ao cair da tarde e algumas regalias, como rodas de pagode e churrascadas na concentração. Leão proibiu os jogadores de assistirem à televisão durante as refeições e sinuca no dia ou na véspera dos jogos. Após a derrota contra o Juventus, insinuou que o seu trabalho poderia estar sendo sabotado pelos jogadores mais experientes e bateu de frente com Teixeira na contratação dos estrangeiros Molina (colombiano), Sebastián Pinto (chileno), Michael Jackson Quiñones (equatoriano) e Tripodi (argentino). Puniu Fábio Costa por indisciplina e afastou Tiago Luís e Alemão, novos xodós da torcida, sob a alegação que eles precisavam refletir sobre tudo o que aconteceu desde que foram promovidos. E apesar da pressão de um grupo de torcedores, insiste na escalação do ex-corintiano Betão, que evitou a derrota do time na estréia da Taça Libertadores, mas falhou nos dois gols do Rio Preto, no domingo.

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