Leão diz que não deve haver caça às bruxas

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Por Agencia Estado
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O técnico Leão saiu hoje em defesa dos jogadores que disputaram o pré-olímpico no Chile, principalmente para seus atletas, que formaram a base da seleção e, por isso, estão sendo mais cobrados. "Temos que dar a retaguarda necessária aos nossos atletas que saíram daqui na melhor forma, foram convidados a participar e atenderam com todo o entusiasmo e respeito, perdendo uma série de coisas". Por isso, o treinador santista não entende a crítica que receberam por parte dos dirigentes e acha que não deve haver a caça às bruxas que está ocorrendo. "No mínimo, é uma conduta não elogiável deles", disse Leão, acrescentando que "casamento é na alegria e na tristeza". Diego foi poupado dos treinos de hoje e do jogo de amanhã por conta de dores no músculo posterior da coxa esquerda e, no final da tarde, falou com os jornalistas naquela que será, segundo ele, a última vez que fala no assunto seleção. Sério, ele comentou que estava preparado para as cobranças que está recebendo junto com Robinho. "Não fomos nós que criamos essa imagem da seleção de Diego e Robinho, foi a imprensa que dizia que Diego e Robinho iam decidir e nós sabíamos que não era por aí". Sabia que era preciso dar o máximo. "Procurei em todos os momentos dar minha parcela de contribuição, ser o mesmo Diego que sou no Santos, mas sempre são criadas algumas estrelas e, quando acontece a derrota, essas estrelas que a própria imprensa cria, são os alvos das críticas". Ele disse isso mas não criticou os jornalistas e os veículos de comunicação. "Nós entendemos isso, faz parte da profissão e não temos do que reclamar". O meia santista desmentiu que tivesse brigado com Dudu Cearense no intervalo da partida contra a Argentina. "Não teve incidente no vestiário e união não foi o que faltou nessa equipe: todo o grupo sempre foi muito claro, falávamos diretamente um com o outro e todo mundo teve humildade de reconhecer isso e não teve nenhuma discussão que fugiu do controle". Admitiu que houve cobrança. "É lógico que existiu cobrança mais grossa, pois no futebol você dificilmente pede por favor dentro de campo". Se isso chegou a acontecer durante os jogos, Diego comentou que "depois, todos se abraçavam, cumprimentavam, reconheciam que tinham errado e partia para o próximo jogo". Diego se recusou a assumir a culpa total pelo fracasso da seleção brasileira. "Estou assumindo apenas a minha parcela de culpa porque acho que cada um tem um pouco". Ele acha isso normal: "isso faz parte e todo mundo cobra de quem tem qualidade e potencial; quando tenho sucesso sou elogiado e como era um dos principais jogadores da seleção, estou aqui para ser criticado e rebater algumas dessas críticas". Com Zagallo, Diego manteve a mesma postura séria e humilde de toda a entrevista. "Tudo o que o Zagallo fala tem fundamento; a gente tem de ouvir e talvez tenha ocorrido o que ele falou, talvez não". Robinho manteve a mesma postura sobre o comentário do supervisor técnico da seleção principal. "Quando se perde, as pessoas vão falar que houve brincadeira; quando se ganha, a seleção que venceu com alegria. Isso faz parte do futebol". Leão também falou sobre o assunto, defendendo seus jogadores: "nossos atletas sempre se comportaram da melhor maneira e sempre foram elogiados em todos os lugares pelo seu comportamento; se alguém excede é porque viu condições de exceder". "Não e hora de caça às bruxas, aqui no Santos eles são muito bem recebidos; aqui eles são borboletas, que batem a asa rapidamente e passam voando pelos outros com muita velocidade". Robinho se mostrava mais conformado. "Não acabou o mundo: já vi jogadores serem desclassificados com a seleção brasileira e mais à frente ganharem títulos. Com a gente não vai ser diferente, vamos continuar jogando bem em nossa equipe e procurar vestir sempre a camisa da seleção brasileira". O atacante entende que ele e Diego sejam os mais criticados. "As críticas vão recair mais em cima de mim, do Diego e do professor Ricardo Gomes, mas todos jogadores sabem que quem perdeu foi a seleção toda".

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