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Leão e Santos dão sinais de acerto

O técnico e o presidente do clube, Marcelo Teixeira, deixaram pistas de que estão próximo a um acordo para 2003.

Por Agencia Estado
Atualização:

De um momento para o outro, mudou o quadro e a renovação do contrato de Leão com o Santos, prevista para ter um desfecho nesta sexta-feira, pode arrastar por um bom tempo. Durante uma solenidade na Associação Comercial de Santos, nesta quinta-feira à tarde, o presidente Marcelo Teixeira reafirmou que o clube não vai sair do seu teto salarial - para jogadores é de R$ 70 mil por mês, e Leão atualmente ganha R$ 100 mil, livres de descontos -, mas, ao contrário da informação que autorizou a assessoria do clube divulgar na véspera, disse que o técnico baixou a sua proposta e que o acordo está próximo. Leão não confirmou o que disse Teixeira. "Não estou nem perto e nem longe do acerto. Ainda existe uma afinidade entre mim e o Santos, só que não estamos chegando a um acordo para a renovação. É um desacerto de opiniões comerciais, mas não tem nada de prazo. Apenas não quero atrapalhar o Santos que tem outros problemas para resolver." Sobre o suposto interesse do Palmeiras na sua contratação, Leão foi evasivo. "Isso não está no contexto. Eticamente não falo sobre isso agora porque até 31 de dezembro pertenço ao Santos." Leão negou as informações do diretor de futebol, Francisco Lopes, segundo as quais ele teria se encontrado com o presidente Teixeira no Guarajá. "Almoçamos em Santos, perto do meu apartamento. O que estão falando é uma porção de mentiras." E o presidente Teixeira, que vinha se mantendo calado sobre o assunto, na homenagem que a Associação Comercial de Santos e a Praça Cafeteira prestaram ao clube, pela conquista do título do Campeonato Brasileiro, nesta quinta-feira à tarde, deu a sua versão para o impasse. "A nossa intenção é manter Leão, mas não podemos sair do nosso teto salarial para renovar o contrato dele. Não acho que o acerto esteja muito difícil porque ele está chegando naquilo que a gente quer." O dirigente também disse que não está agendada nenhuma reunião para esta sexta-feira mas confirmou que provavelmente fará um contato, por telefone, com o técnico. A versão dos dois contraria o que dizem os assessores mais próximos da presidência. A pressa demonstrada pelo técnico em renovar o contrato fez com que surgisse a desconfiança de que ele realmente tem uma boa proposta de Mustafá Contursi e que a sua vontade seria de retornar ao Parque Antártica, com o propósito de reconduzir o time à primeira divisão. Pelo telefone - A mudança de comportamento do técnico, resolvendo atender o celular nesta quinta-feira e falar sobre as negociações com o Santos pode ter sido provocada pelo surgimento do nome de Jair Picerni como uma opção mais barata e sem rejeição no Conselho do Palmeiras. O que mais se comenta na Vila Belmiro é que Leão exige mais do que um salário muito alto como recompensa por ter se valorizado com o trabalho que realizou na campanha que levou o clube ao fim da fila de 18 anos. Porém o ´baixo clero´ santista, pensa de maneira diferente. "O Santos já é campeão e não tem a menor pressa para resolver a renovação com Leão. A pressa é dele e talvez do Palmeiras, que pode estar por trás", disse um dirigente, que pediu para não ser identificado e que não participou das negociações. Embora apenas Leão, Teixeira e Lopes tenham participado da reunião de quarta-feira, vazaram algumas informações sobre as negociações. O primeiro pedido do técnico teria sido de R$ 200 mil livres por mês, o que representaria um aumento de 100%. Ele também exige carta-branca, o que significa que terá autoridade para dispensar e contratar jogadores, só devendo explicações ao presidente. "No atual contrato tenho carta-branca, mas não usei. Se continuar, vou fazer questão de usar", disse Leão, segunda-feira à noite, após o encontro preliminar com Teixeira para cuidar da renovação. Ele também estaria fazendo questão de uma pesada multa contratual, caso o clube resolva dispensá-lo.

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