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Leão: "Foi um massacre sem gols"

Para o treinador do São Paulo, seus jogadores cumpriram sua parte, chutando bastante a gol. Infelizmente, apenas uma entrou. "O sentimento é de frustração", sintetizou.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Desde que chegou ao São Paulo, o técnico Emerson Leão estabeleceu uma ordem: chutar ao gol até cansar - pelo menos 20 vezes por jogo. Na cabeça do treinador, a conta é muito simples. Mesmo com um aproveitamento baixo, de cerca de 15%, a equipe teria grandes chances de sair com a vitória. Foi exatamente o que aconteceu. Antes da derrota para a Portuguesa (2 a 1), na quarta-feira, o São Paulo tinha média de três gols por jogo - 45 gols em 15 partidas. "Funciona como essas lojas de R$ 1,99. Você precisa vender muito para lucrar. Nós temos de chutar muito para acertar", comparou o treinador. A tese de Leão, porém, não se confirmou diante da Lusa. Apesar de o São Paulo martelar insistentemente, os gols não saíram. O único veio da cobrança perfeita de uma falta do lateral Júnior. Foi só. Depois disso, o torcedor assistiu um show de erros de finalização. E quando alguém acertou o pé, Gléguer salvou a Portuguesa. "O sentimento é de frustração pela quantidade de oportunidades que a equipe criou e de poucos gols. Apenas um. Mas não estou decepcionado e sim orgulhoso deles. Foi um massacre sem gols", argumentou Leão. Os próprios jogadores reconheceram que sobrou uma gota de nervosismo e faltou pontaria. "Era o jogo da vida para eles e para nós, mas infelizmente eles tiveram mais competência na finalização do que nós", disse Cicinho. Renan, Grafite, Diego Tardelli, Souza, Danilo, Cicinho... até Rogério Ceni tentou e não conseguiu. Foi um bombardeio ao gol da Portuguesa. Leão ficou abismado com o que assistiu. "Nunca vi tanta bola cruzando a área de um lado para o outro", lamentou. "Faltou o pezinho de alguém para empurrar para o gol", completou Rogério Ceni. No entanto, o técnico do São Paulo não quer que o resultado da Portuguesa sirva de parâmetro já que a equipe havia sido quase perfeita nas outras 15 partidas do Campeonato Paulista. "A equipe desenvolveu a filosofia de sempre, chutando sempre no gol, mas por alguma razão ele não aconteceu. Se já fizemos 16 jogos e as coisas só não deram certo em um, você a de convir que essa filosofia deve ser seguida", justificou. Emerson Leão, assim como todo o elenco do São Paulo, não parecia preocupado com a derrota para a Portuguesa e o fim da invencibilidade. O resultado parecia ter sido importante para acabar com a farra dos mais jovens, que já se imaginavam campeões antes da hora. "Quando alguém imaginaria que na reta final de um Campeonato Paulista, mesmo perdendo um jogo, uma equipe teria nove pontos de vantagem sobre o segundo colocado, com 13 gols de saldo?", indagou. "Temos de continuar sem badalação", avisou. A chance de a equipe garantir o título ainda é muito grande. Agora, a disputa acontece apenas com o Corinthians. Restando três jogos, o São Paulo precisa de apenas um empate para confirmar o caneco. O técnico, porém, continua batendo na mesma tecla. "Tenho certeza de que o campeonato não termina no domingo. Só termina quando entregarem a taça. E mesmo que nós vencêssemos na quarta, o campeonato não terminaria. Existe a possibilidade de sermos campeões no domingo", disse. Sobre o confronto contra o Santos, em Mogi Mirim (SP), o treinador evitou criar polêmica pelo fato de o adversário ameaçar entrar em campo com uma equipe "reserva". "Essa foi uma opção do Santos e eles estão convictos do que fizeram. Jogar no Santos é sempre uma responsabilidade", resumiu. Mesmo assim, Leão não quis antecipar o time que colocará em campo. No entanto, não seria difícil apostar nos retornos do zagueiro Lugano e do volante Josué. Nesta sexta-feira, Renan, com fortes dores de cabeça, não treinou e preocupa.

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