Leão luta contra acomodação no Santos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O empate por 2 a 2 com o Paraná, na Vila Belmiro, na estréia no Campeonato Brasileiro acendeu um alerta no Santos. O técnico Emerson Leão exige uma mudança de postura da equipe na partida deste sábado, às 16 horas, contra o Atlético-MG, no Mineirão. O técnico não reclama nem resultado na estréia, mas da displicência de alguns titulares nos minutos iniciais da partida quando o time paranaense fez 2 a 0. Após o jogo, ele preferiu não demonstrar a sua contrariedade, fez elogios vagos, porém deixou transparecer que havia chegado à conclusão de que teria que passar a exigir mais do grupo e ser menos tolerante. "Como o Campeonato Brasileiro tem a duração de uma gravidez, lá pelo sétimo mês de gestação talvez eu possa falar sobre o sexo da criança, ou da necessidade ou não de ganhar fora de casa para recuperar pontos", ironiza o treinador. "Por enquanto, vamos cuidar dos nossos problemas." O primeiro sinal de que a paciência de Leão chegou ao fim foi a decisão de improvisar o meia-direita Elano na lateral-direita, embora tenha dois jogadores para a posição - Reginaldo Araújo, uma contratação que deu trabalho aos dirigentes, e Michel, que terminou 2002 em alta. Com essa mudança, o treinador ficou com uma vaga no meio-de-campo e pôde fazer justiça a Nenê, que já vinha merecendo um lugar no time. Elano, Renato e Robinho de um lado, Léo, Diego e Nenê do outro, Ricardo Oliveira, mais adiantado. Essa passou a ser a estrutura do time do meio-de-campo para frente. Embora já tivesse confirmado a escalação na noite de quinta-feira, nesta sexta de manhã, Leão isolou os titulares no campo 3 do Centro de Treinamentos Rei Pelé para um treino tático, ensaiando a saída de jogo tanto pelas laterais como pelo meio. Foi um sucesso, reconheceram os próprios jogadores. Leão lembrou a todos que o gramado do Mineirão é grande e exige que o time ataque com inteligência e não na base da pressão, como o Santos fez no segundo tempo contra o Paraná. "O treino de hoje (4) foi para agrupar os jogadores, porque não gosto de equipe com dois blocos." Leão vem repetindo a todo momento que a sua maior dificuldade nesta temporada tem sido ´administrar´ a periferia, não permitindo excessos dos jogadores e que problemas extra-campo interfiram no seu trabalho. A preparação para o jogo deste sábado foi prejudicada pela festa que a diretoria armou para receber o pentacampeão mundial de Fórmula 1, Michael Schumacher, quarta-feira à tarde, na Vila Belmiro. De saída, Leão foi contra, mas teve que se render sob o argumento dos cartolas de que aquela era uma oportunidade rara para o clube ganhar dividendos internacionais. Segunda-feira, os jogadores folgaram, na terça, treinaram pensando apenas na festa do dia seguinte, na quarta, o jogo-festa na Vila e a preparação da equipe só começou, de verdade, na tarde de quinta-feira. Pouco para quem foi tirado do Campeonato Paulista pelo Santo André e Portuguesa Santista e, mesmo completo, não conseguiu superar o Paraná na estréia no Campeonato Brasileiro. Atento a tudo o que acontece a sua volta, Leão mandou um aviso aos jogadores que se julgam intocáveis ao improvisar Elano na lateral-direita e obrigando Robinho a jogar pela direita, deixando o outro lado para Nenê. Além disso, de uma hora para outra o técnico resolveu pedir a contratação de um reforço à diretoria. "É o primeiro que solicito, mas nem me perguntem para qual posição e o seu nome, porque ainda não pensei." Como ele ainda não teve chance de testar Fabiano, contratado para ser o curinga do time, e só agora está dando uma oportunidade para Nenê começar jogando, a impressão é que o pedido de contratação seria apenas uma estratégia de Leão para mexer com os acomodados. A equipe santista está escalada para o jogo contra o Atlético com Fábio Costa; Elano, Alex, André Luís e Léo; Paulo Almeida, Renato, Nenê e Diego; Robinho e Ricardo Oliveira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.