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Em votação tranquila, Leco é eleito presidente do São Paulo até 2017

Dirigente ocupava o cargo interinamente após a saída de Aidar

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Por Ciro Campos
Atualização:

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ganhou na noite desta terça-feira a eleição para a presidência do São Paulo. O dirigente, que ocupava o cargo interinamente após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, derrotou Newton Ferreira por 138 a 36, com 19 votos em branco. A reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, no Morumbi, teve presença de 193 dos 240 membros do órgão. Leco terá mandato até abril de 2017.A votação começou por volta das 20h. Os conselheiros votaram em cédulas de papel em processo que levou cerca de 1h20. O resultado saiu por volta das 21h50. Primeiramente depositaram a escolha na urna os membros mais velhos do órgão, depois a sequência seguiu a ordem alfabética. Na apuração, o presidente da mesa, Marcelo Pupo, leu em voz alta cada um dos votos, inclusive quem foi o respectivo eleitor.

Leco derrotou Newton Ferreira por 138 a 36, com 19 votos em branco Foto: Alex Silva/Estadão

O pleito por pouco não ocorreu. Somente depois das 18h o São Paulo conseguiu cassar uma liminar da oposição que impedia a votação. Um grupo de conselheiros entrou na Justiça para reclamar do curto prazo entre a renúncia de Aidar e a convocação da nova escolha do presidente. No entender deles, o período de 14 dias foi uma manobra para dificultar a articulação de oponentes. Leco, porém, recorreu da decisão e conseguiu confirmar a realização da reunião do Conselho.Leco é advogado, tem 77 anos e mais de 30 anos como conselheiro do São Paulo. Atuou na diretoria como superintendente de futebol e vice-presidente durante a gestão de Juvenal Juvêncio e entre abril de 2014 e outubro deste ano ocupou o cargo de presidente do Conselho Deliberativo enquanto Carlos Miguel Aidar esteve na presidência. Ao renunciar, o dirigente deixou o comando interino com Leco, que convocou as eleições e saiu como vencedor.A chegada ao cargo poderia ter sido antes, em abril de 2014. Quando articulava a sua sucessão após oito anos no comando, Juvêncio tinha Leco como uma das opções. Mas preferiu montar a chapa com um ex-presidente e chamou Aidar, que apesar de ter sido o comandante do clube entre 1984 e 1988, estava distante da vida política do São Paulo. O então presidente decidiu nomear Leco como presidente do Conselho Deliberativo quando montou a chapa.Com um mandato até abril de 2017 e a possibilidade de concorrer à reeleição por duas vezes, Leco pode ficar sete anos e meio como presidente. No período inicial a tarefa do dirigente será de reestruturar a diretoria, já que todos os membros pediram demissão coletiva no fim da gestão de Aidar. A tendência é o novo presidente compor a cúpula com antigos integrantes e chamar outro que haviam se desentendido com o antecessor.O vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, pivô da crise política de Aidar, já voltou ao cargo logo no primeiro dia da gestão interina de Leco. Outro a retornar foi o diretor executivo (CEO) Alex Bourgeois, demitido em setembro após uma briga durante reunião da cúpula são-paulina. A tendência é a volta também do gerente executivo de futebol Gustavo de Oliveira, sobrinho do ex-meia Raí, que saiu do clube em maio.Na plataforma de campanha, Leco prometeu profissionalizar a gestão do São Paulo e deve ter como aliado para resolver a crise financeira o empresário Abílio Diniz, outro desafeto de Aidar. O clube tem uma dívida total de quase R$ 300 milhões e deve apostar na contratação de uma auditoria e montagem em grupos especiais de trabalho para conseguir melhorar o quadro.Leco tem como planos investigar as denúncias de corrupção que levaram a Aidar renunciar. O ex-presidente foi acusado por ex-membros da diretoria, como Ataíde, de desviar dinheiro de contratações e elaborar contratos para favorecer a empresa de sua namorada, Cinira Maturana.

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