Liberado, Ronaldinho é esperança para México espantar histórico ruim

Devido às atuações decepcionantes de Bebeto, Eusébio e Guardiola, país ficou conhecido como 'cemitério de craques'

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Por Redação
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Após anunciar por meio de seu Facebook nesta quinta-feira que recebeu o visto de trabalho mexicano, Ronaldinho Gaúcho está liberado para estrear pelo Querétaro., clube da Primeira Divisão, e pode atuar já nesta sexta-feira, depois de ser apresentado à torcida. Caso jogue contra o Puebla, pelo Campeonato Mexicano, o brasileiro chega com a responsabilidade de espantar o fantasma da dúvida surgida pelo fracasso de grandes jogadores no torneio nacional desde os anos de 1970. Embora talento seja algo que não se perde no futebol, Ronaldinho está longe daquele grande meia eleito o melhor do mundo em 2004 e 2005, mas deverá mostrar o que sabe em um campeonato difícil, que pode ser comparado ao Brasileirão, tanto pelo equilíbrio entre as equipes quanto pelas condições de jogo. No México, as condições climáticas, a altitude e o horário das partidas variam muito. Isso é algo que muitos craques têm dificuldades de se adaptar.

Um exemplo foi Bebeto, que em 1999, aos 35 anos, foi contratado pelo Toro Neza. O camisa 7 do tetracampeonato mundial da seleção brasileira marcou apenas dois gols em oito jogos e deixou o clube em litígio com o presidente.

Após saída do Atlético-MG, Ronaldinho assinou com o Querétaro Foto: Mauricio Dueñas/EFE

Antes da fraca atuação de Bebeto, Eusébio, maior jogador da história de Portugal e artilheiro da Copa do Mundo de 1966, balançou a rede apenas uma vez pelo Monterrey na temporada 1975/1976. Outros grandes também fracassaram em território mexicano. O meia José María Bakero, que disputou duas Copas pela Espanha, em 1990 e 1994, marcou apenas três gols em 17 partidas pelo Veracruz em 1997. Campeão espanhol por Barcelona e Real Madrid, o alemão Bernd Schuster passou em branco em nove compromissos com a camisa do Pumas de 1996 e 1997. Um dia, o ex-meia foi consultar um dentista na Alemanha e nunca mais voltou ao clube da Cidade do México. Histórias como essas rondam o futebol mexicano, que sempre buscou no estrangeiro alguns de seus principais jogadores. Outro que pendurou as chuteiras sem destaque algum na América do Norte foi o ex-volante Josep Guardiola. O agora técnico do Bayern de Munique disputou dez partidas e fez um gol pelo Dorados de Sinaloa de 2005 a 2006. O grande objetivo do espanhol, no entanto, era aprender com o treinador Juan Manuel Lillo.CONQUISTAS O futebol mexicano, no entanto, não teve apenas decepções com transferências de renome. O chileno Ivan Zamorano foi campeão nacional pelo América em 2002, e o argentino Cláudio López repetiu o feito pelo mesmo time três anos depois. Ídolo do Real Madrid, o espanhol Emilio Butragueño foi bem pelo Atlético Celaya na temporada 1996/1997, sem, contudo, ter conquistado título. Ronaldinho Gaúcho chega a uma equipe de médio porte, que deixou boa impressão pela entrega nos últimos torneios. O meia precisará estar concentrado para não endossar a lista de fracassos no México. "Sim, eu gosto de cantar e dançar, mas minha grande festa é em campo com uma bola", disse o astro no dia da assinatura do contrato com o Querétaro, depois de ter sido perguntado por um jornalista sobre farras que por algumas vezes ganharam o noticiário internacional na carreira do jogador.

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