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Libertadores: Adriano desencanta e São Paulo vence o Audax

Atacante marca os dois gols da virada do time são-paulino, que lidera o Grupo 7 da competição intercontinental

Por Alan Rafael Villaverde
Atualização:

José Patrício/AE Adriano, o Imperador, comemora um de seus dois gols na virada do São Paulo; jogador desencanta e espera dias melhores com a camisa 10 do clube do Morumbi; equipe finalmente derrota o Audax SÃO PAULO - Confusão, intrigas, reabilitação, desculpas e raça, muita raça. Ingredientes que dariam um script perfeito para um filme épico, e foi justamente isto que o time do São Paulo, liderado por Adriano, o Imperador, apresentou ao seu torcedor no Morumbi, com uma vitória suada, de virada, por 2 a 1 diante do Audax Italiano, do Chile, em partida válida pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores. Veja também:  Classificação  Calendário / Resultados  Bate-pronto - Ave, Caesar Hadrianus!  Ouça os gols da vitória do São Paulo - transmissão Rádio Eldorado/ESPN 700 AM  Adriano comemora gols e agradece o São Paulo Com o resultado, o São Paulo chega aos quatro pontos e lidera seu grupo, deixando o rival chileno na lanterna, sem ponto algum. O resultado deixa a equipe de Muricy Ramalho numa situação confortável para enfrentar o Sportivo Luqueño, do Paraguai. A partida acontece no dia 20 de março, em Assunção. ÉPICO SÃO-PAULINO - PRELÚDIO Criticado por muitos, Adriano chegou a ter sua convocação cogitada pelos torcedores são-paulinos, mas o técnico Muricy Ramalho deu crédito ao atleta, antes da partida. "Eu conheço meus jogadores, e o Adriano vai para o jogo." ÉPICO SÃO-PAULINO - PARTE I Contando com mais uma escalação diferente, o São Paulo entrou em campo disposto a vencer o rival que, na Libertadores de 2007, empatou os dois jogos. O boa posse de bola,no entanto, não reverteu em gols. Aos poucos, a torcida começou a demonstrar certo desconforto com o futebol apresentado em campo, já que a única jogada encontrada para assustar o Audax era a bola lançada à área. O Audax, que em latim quer dizer audacioso, tentava explorar contra-ataques, mas limitava-se a chutar de longe, sem assustar Rogério Ceni, que vivia a expectativa de marcar seu 11.º gol na Libertadores, que seria recorde na história do clube. O filme desta noite, no entanto, tinha um ator principal: Adriano. O atacante passou a primeira etapa brigando com os defensores, chegando a ganhar um cartão amarelo por uma entrada dura, no meio-campo. O nervosismo do astro da noite era evidente, já que passava por mais um momento conturbado em sua carreira, com os episódios de seu atraso e deslizes na semana passada, que o fizeram exigir à imprensa: "Eu quero ser chamado de Imperador. Eu batalhei por isto e mereço ser chamado desta forma." Os coadjuvantes do épico, enquanto isso, cumpriam seu papel. Borges buscava espaços e chegou a criar duas boas jogadas; o mesmo vale para Zé Luís, que, como lateral-direito, deixou André Dias na cara do gol, mas o zagueiro perdeu a oportunidade de roubar o papel que, mais tarde, seria de Adriano. ÉPICO SÃO-PAULINO - PARTE II Confiando no time que possuía, Muricy Ramalho manteve a escalação para a segunda etapa, mas a pressão era ineficiente. E, quando a jogada surtia algum efeito, a bola teimava em não entrar no gol do Audax que, como bom "vilão" de filme, deu o ar de sua graça quando todos não esperavam. Num descuido da marcação do meio-campo são-paulino, Villanueva, o principal jogador do time chileno, escapou e chutou firme, de fora da área, marcando um belo gol, aos 17 minutos. O épico ganhara mais uma pitada de emoção e drama. Mas como todo filme hollywoodiano que se preze, a reviravolta estava por vir, e ela aconteceu com a expulsão do zagueiro Roco. Ao ver a oportunidade, Muricy Ramalho tirou o volante Fábio Santos para a entrada de Aloísio, que havia sido pedido pela torcida, e poderia ameaçar o estrelato de Adriano, o que não aconteceu. São Paulo 2 Rogério Ceni; Zé Luís, André Dias, Miranda     e Richarlyson (Júnior); Fábio Santos (Aloísio), Hernanes, Jorge Wagner e Éder Luis (Joílson); Borges e Adriano    Técnico: Muricy Ramalho Audax (CHI) 1 Villasanti; Rieloff, Roco    , Garrido   e Gutiérrez; Broli, Leal    , Romero e Villanueva (Reyneiro); Yáñez (Ramos) e Orellana Técnico: Raúl Toro Gols: Villanueva, aos 17; Adriano, aos 29 e aos 40 minutos do segundo tempo Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG) Renda: R$ 409.204,27 Público: 29.047 total Estádio: Morumbi, em São Paulo, SP Aos 29 minutos, Jorge Wagner, sempre coadjuvante, mas com um papel fundamental na equipe, colocou a bola na cabeça do Imperador, que cabeceou firme para empatar a partida e marcar seu primeiro gol na Libertadores. O astro principal do filme épico saiu em disparada, gritando, soltando para fora a ira que o consumia. Com o empate, além de contar com um jogador a mais, o São Paulo partiu para o tudo ou nada, e o final deste filme não poderia ser outro, a não ser uma cena com Adriano. Hernanes desceu pela esquerda e chutou forte. O goleiro adversário não conseguiu segurar a bola, e o atacante são-paulino, aos trancos e barrancos, empurrou-a para o gol, decretando a virada e o final esperado por todos presentes ao Morumbi.  Filme épico que deverá ser repetido por várias vezes na mente de Adriano, que encerrou a apresentação com os seguintes créditos: "É na hora da dificuldade que a gente vê que não está sozinho. Tenho que agradecer minha família e às pessoas que me querem bem."

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