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Opinião|Libertadores é dominada por equipes brasileiras e pode registrar feito inédito

País tem chance colocar quatro representantes nas semifinais pela primeira vez na história do torneio sul-americano

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Brasil está longe de ter o maior campeão da Libertadores da América. O Independiente, da Argentina, tem sete títulos, o último deles festejado em 1984, diante do Grêmio. Também vem da Argentina o segundo maior vencedor, o Boca Juniors, com seis conquistas. O Peñarol tem cinco e o Estudiantes soma quatro, mesmo número do River Plate. Os clubes brasileiros mais bem cotados nesta corrida são Grêmio, São Paulo e Santos, todos tricampeões da América.

Na edição atual, que vai tomar a atenção dos torcedores nesta semana, o cenário é diferente. O Brasil impõe sua força e tem a chance de levar quatro times para as semifinais, numa condição inédita do torneio. E olha que um gigante vai ficar pelo caminho, porque Palmeiras e São Paulo disputam uma das vagas após empate de 1 a 1 na primeira partida, no Morumbi.

São Paulo e Palmeiras empataram em 1 a 1 no Morumbi Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

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A volta vai ser no Allianz Parque, portanto, com vantagem de campo do Palmeiras. O empate sem gols também é do time mandante porque ele fez um gol na casa do rival paulista. O São Paulo teve a chance de ganhar a partida de ida, jogou melhor. O técnico Hernán Crespo poupou seus principais jogadores contra o Grêmio, sábado, para avançar na Libertadores. Acabou ganhando no Brasileirão com time misto e respira aliviado no torneio nacional. Terá a chance agora de emplacar uma sequência de vitórias contra adversários teoricamente mais fracos do Nacional, como Sport, Juventude e América-MG.

Mas a cabeça está na Libertadores. Se eliminar o Palmeiras, mantém um tabu de não perder para o rival na disputa sul-americana, tira o campeão de 2020 do páreo, ganha dinheiro de cota e avança ele para a semifinal, num sequência excelente com vitória no Brasileirão e classificação na Libertadores. 

Fácil? Não. O Palmeiras é mais time do que o São Paulo e tem mais opções para mudar o jogo. Abel Ferreira cuspiu fogo contra a arbitragem (de novo, e desta vez com muita razão pela expulsão de Patrick de Paula) na derrota para o Atlético-MG por 2 a 0. Se o elenco entrar na pilha do treinador, corre risco de ter novas expulsões e dar adeus à Libertadores dentro de sua casa, caindo fora de mais uma competição na temporada, a exemplo da Copa do Brasil. Restará então o Brasileiro. Pouco para um time que se propôs ganhar tudo em 2021 após um 2020 exemplar.

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O Palmeiras, portanto, precisa colocar a cabeça no lugar e jogar mais. O time sofre em suas partidas, ganhou algumas com gol no finalzinho, mas sem ser superior, e vem fazendo apresentações modestas. Abel erra em algumas escalações e passa do ponto em sua choradeira. Vem se tornando um “mala” para árbitros e treinadores adversários. Seu trabalho é interessante, sua agitação é louvável, mas ele se perde na emoção e nas formações. Duvido que jogue em casa pelo empate contra o São Paulo na Libertadores.

Quem passar vai encarar o semifinalista do duelo entre Atlético-MG e River Plate, após vitória de 1 a 0 do time brasileiro em Buenos Aires. Resultado excelente. Ocorre que o River é capaz de jogar bem e ganhar seus jogos em qualquer lugar. Então, o duelo está aberto. O Atlético lidera o Brasileirão e tem chance de se colocar entre os quatro melhores do América. Empate classifica o time de Minas. Pode dar um Atlético-MG x Palmeiras ou São Paulo.

Do outro lado da tabela da Libertadores, o Flamengo espera mais 90 minutos diante do Olimpia para confirmar sua vaga após ganhar de 4 a 1 na ida. Espera pelo vencedor entre Fluminense e Barcelona, do Equador. No Rio, o jogo foi 2 a 2, dando ao clube de Guayaquil a vantagem dos empates de 0 a 0 e 1 a 1 em sua casa. O Flu precisa de vitória simples.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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