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Libertadores: xarás conhecem o caminho

Por Agencia Estado
Atualização:

Os xarás Autuori e Bonamigo buscam o segundo título da Libertadores. O técnico do São Paulo dirigia o Cruzeiro, campeão em 97. Bonamigo era jogador do Grêmio, que venceu a competição em 83. E depois venceu o Mundial Interclubes contra o Hannover, da Alemanha. Bonamigo não era titular. Autuori assumiu o Cruzeiro após a primeira partida - uma derrota em casa para o Grêmio, 2 a 1. O suficiente para a queda de Oscar, ex-zagueiro do São Paulo e que iniciava a carreira de técnico na ocasião. O início da campanha de Autuori não permitia a previsão de um desfecho melhor que o conseguido por Oscar. O Cruzeiro foi a Lima e perdeu para Alianza e Sporting Cristal por 1 a 0. O time completava o primeiro turno na lanterninha. O returno foi 100%. Com um gol de Palhinha, que havia sido bicampeão da Libertadores com o São Paulo em 92 e 93, o Cruzeiro venceu o Grêmio, em Porto Alegre. E ganhou dos peruanos também. Classificado, o Cruzeiro pôde trocar dois jogadores. Autuori trouxe Wilson Gottardo, que havia sido campeão brasileiro com ele, em 95, pelo Botafogo e lhe entregou a tarja de capitão, em lugar de Nonato. Seu outro pedido não pôde ser atendido. Ele queria Túlio, artilheiro do Botafogo em 95. A negociação não deu certo. Isso pode ter ajudado o Cruzeiro. Quem veio foi Marcelo Ramos, que estava no PSV Eindhoven, da Holanda. Ele seria o artilheiro da conquista. Mas o grande destaque do Cruzeiro era o goleiro Dida. Ele foi fundamental nas oitavas-de-final. O time eliminou o El Nacional, do Equador, nos pênaltis, por 5 a 3. E, novamente, Dida definiu, na semifinal, quando o Colo Colo caiu na decisão por pênaltis: 4 a 1. Na partida final, contra o Sporting Cristal, Dida fez duas defesas consideradas ?impossíveis?, quando o jogo estava 0 a 0. E Elivélton fez o gol do título. Paulo Autuori manteve o tempo todo o estilo discreto que mostra até hoje. Fiel ao pressuposto de que técnico tem de ser coadjuvante e não estrela, conquistou sempre o respeito dos jogadores. Sem perder o comando do grupo. Seu trabalho era solapado apenas por Moraes, ex-zagueiro e diretor de futebol, na época. A resposta de Autuori foi silenciosa. O time foi campeão em uma quarta-feira. Na quinta, ele estava no Flamengo, com a sensação de dever cumprido. Paulo Bonamigo foi ainda mais discreto que Autuori. Ele participou apenas de três das 12 partidas do Grêmio. Na estréia, contra o Flamengo, foi titular, formando o meio-de-campo com China e Tita. Depois, perdeu o lugar para Osvaldo. Bonamigo substituiria Tonho durante o jogo contra o Bolívar - e Osvaldo na partida contra o Blooming. Na Libertadores do ano anterior, Bonamigo teve presença ainda mais efetiva, ao lado de China e Paulo Isidoro. Era um jogador muito duro na marcação, mas longe dos ?brucutus? de hoje em dia. Sabia dar fluência ao jogo, errava poucos passes e se arriscava no ataque. Posicionava-se muito bem na frente da área adversária, sempre à espera do rebote. Assim, fez muitos gols, com seu chute preciso. Começou nas categorias de base do Grêmio, em 77, e ficou onze anos no clube. Depois, por três anos, defendeu o Inter, transformando em ódio o amor que sempre recebeu dos gremistas. Terminou sua carreira em 97, no Madureira. Mostrava liderança sobre os companheiros e foi convidado a começar sua carreira de técnico. No mesmo ano quem que Paulo Autuori ganhava a Libertadores. Como treinador, foi campeão maranhense, pelo Sampaio Corrêa, em 2000; e paranaense, em 2003, pelo Coritiba. Classificou o time para a Libertadores-2004.

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