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Lojas no entorno do Mineirão reforçam segurança temendo protestos

Capital mineira, que receberá Brasil x Uruguai, está preparada para os protestos que vão anteceder a semifinal da Copa das Confederações

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Por Redação
Atualização:

BELO HORIZONTE – No último sábado, dia da partida entre México e Japão no Mineirão, 70 mil pessoas marcharam do centro da capital mineira até as proximidades do Mineirão, protestando contra a realização da Copa e várias outras causas. Ao tentar romper a barreira policial e tentar entrar na de isolamento do estádio determinada pela Fifa, manifestantes e PM entraram em conflito, causando danos a diversas lojas localizadas nas proximidades do cruzamento entre as avenidas Antônio Carlos e Abraão Caram. Muros pichados e cacos de vidro espalhados pelas calçadas são vestígios que ainda ilustram o cenário de destruição em que se transformou a região.

 

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Além das vidraças quebradas, o comércio da região sofreu outros tipos de danos, como uma concessionária de automóveis novos, que teve veículos de seu mostruário danificados. Sem funcionar desde o dia dos confrontos, a loja registrou um prejuízo de mais de R$ 1 milhão, segundo o jornal "O Tempo".

 

Gerente de outra loja de automóveis, que se localiza no lado oposto da Avenida Antônio Carlos, Fernando Vargas não crê que a proteção policial seja suficiente para poupar os bens do local. "Além de retirar os carros, vamos também guardar computadores, mesas, cadeiras e até a máquina de café", revela. Outra medida tomada foi a instalação de tapumes para resguardar os vidros.

 

O decreto de feriado municipal em Belo Horizonte nesta quarta acabou sendo importante para manter a segurança dos funcionários dos estabelecimentos das áreas por onde a passeata deve passar novamente. Isso evitará que João Viotti, responsável comercial de outra concessionária na região, volte a presenciar as cenas de violência dos outros dois dias de jogos na cidade.

 

"Vi ações de guerrilha nos protestos dos dias 17 e 22. Vândalos atiravam pedras na polícia e logo após trocavam de roupa e voltavam a fazer o mesmo. Um manifestante de bem não carregaria três mudas de roupa em uma mochila", pondera Viotti, que ficou preso na loja durante os confrontos. Ele ainda classifica esse grupo como "movimento organizado" e também relata que viu essa minoria lançando gasolina e coquetéis molotov em agentes de segurança.

 

Também preocupado com a truculência da polícia na repressão aos manifestantes, Viotti espera que a PM garanta a segurança na parte externa da loja. Porém, ele conta que a proteção do local também será feita por 13 seguranças armados, que garanta que a loja não tenha o mesmo prejuízo do último sábado, que chegou a R$ 15 mil.

 

Educação como arma. Uma escola que se localiza no início do perímetro de isolamento do Mineirão apostou em uma tática diferente para conter a violência na tarde desta quarta. Banners com dizeres como "Por um país que valoriza a educação" e "Todos por um Brasil melhor" foram afixados na grade do colégio, que também sofreu com atos de vandalismo.

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Flávia Lélis, gerente da instituição, afirma que apoia os protestos pacíficos. "Não levantamos bandeira para ninguém, mas entendemos que os problemas do país sejam resolvidos de forma democrática", afirma.

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