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Luizão: eu e o Grêmio nos usamos

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Por Agencia Estado
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?Pentacampeões? como Ronaldo, Rivaldo, Cafu, Marcos, Roque Júnior, reuniram a imprensa assim que retornaram ao Brasil para falar da conquista na Coréia e Japão. Foram tratados como heróis. Nesta quarta, foi a vez do atacante Luizão falar com os jornalistas. Não respondeu uma única pergunta sequer sobre a sua experiência no Mundial. Tenso, o jogador tentou explicar o motivo de ter abandonado o Grêmio com o contrato em vigência. ?Quando o clube manda um jogador embora ninguém fala nada. Se o clube pode rescindir um contrato o jogador também pode. O Grêmio me usou e eu usei o Grêmio?, discursou o atacante. ?Achávamos que estávamos contratando além de um jogador, um cidadão?, lamentou, chateado, o vice-presidente do Grêmio, José Otávio Germano. O clube tenta agora, judicialmente, o pagamento de uma multa rescisória no valor de R$ 400 mil. Não é a primeira vez que Luizão rompe um contrato antes de seu final. Já tinha feito isso no Vasco e no Corinthians. De atacante ?raçudo?, está se transformando no símbolo do ?boleiro? que sabe tirar proveito das brechas da Lei Pelé. Para isso, conta com a assessoria de seu procurador Alberto de Oliveira, que costuma agir rápido para arrancá-lo dos clubes. Luizão tinha contrato com o Grêmio até 31 de julho. Ganhava R$ 90 mil mensais. Foi contratado para ajudar o clube gaúcho a ganhar a Copa Libertadores da América. Disputou seis jogos, marcou só um gol. ?Quando fui para o Grêmio, tinha propostas do Cruzeiro e do São Paulo. E tem mais: combinei um salário com a diretoria do Grêmio, mas quando fui assinar o valor era outro, bem menor. Assim mesmo mantive a palavra e assinei o contrato?, afirmou, convicto. Luizão não concorda que tenha usado o clube gaúcho como trampolim para disputar a Copa do Mundo. Quando abandonou o Corinthians, correu o risco de não fazer parte da relação de 23 jogadores inscritos para o Mundial da Coréia e Japão. O jogador era um dos homens de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari. O treinador da Seleção Brasileira foi incisivo com ele. ?Se você não arrumar um clube para jogar não vou poder levá-lo para o Mundial?, disse Scolari. O técnico não ficou só nas palavras. Tratou de colocá-lo no Grêmio, clube onde desfruta de excelente relacionamento e onde trabalha Paulo Paixão, preparador físico da Seleção Brasileira. Luizão garante que o fato de Scolari ter boas relações com o pessoal do Grêmio não influiu para que ele fosse atuar em Porto Alegre. ?Isso não é verdade. O Felipão já tinha o grupo definido antes de eu assinar com o Grêmio?, afirma. O atacante não se mostra arrependido por ter rompido o vínculo com o clube gaúcho. ?O Grêmio rescindiu o contrato com o Leandro (ex-atacante da Portuguesa e da Fiorentina) e não levou em consideração que o jogador estava contundido. E sei que vai rescindir o contrato com outros jogadores. Se o clube pode rescindir contrato eu também posso?, avisa. ?E não acho que isso vai atrapalhar a minha carreira. Estou sendo profissional. Eu sou honesto?, jura. Arrependimento por ter deixado o Corinthians? Nenhum. ?Saí do Corinthians porque fiquei quatro meses sem receber salários. Mas o problema não foi do clube, foi da Hicks Muse. Minha briga foi com os norte-americanos, que me devem quase R$ 8 milhões. Eu aprendi a amar o Corinthians. Eu ainda me sinto em campo quando o Corinthians está jogando?, disse. Luizão não esconde: estuda propostas de três clubes do exterior. Um é o Espanyol. O outro é o Hertha Berlin, da Alemanha. Está propenso a aceitar a proposta do clube alemão, onde atuam os brasileiros Alex Alves e Marcelinho Paraíba. O interesse dos clubes europeus influenciou em sua decisão de abandonar o Grêmio. ?E se eu jogasse pelo Grêmio agora na Libertadores da América e me machucasse? O Grêmio iria me dar respaldo? Claro que não. Já vi esse filme antes?, disse. Referia-se à contusão no joelho que sofreu em abril de 2001 num jogo entre Corinthians e Portuguesa. Por causa da lesão, viu fracassar a sua transferência para o Borussia Dortmund.

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