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Luizão promete voltar ao São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O atacante Luizão chegou ao São Paulo sob o signo da desconfiança, em janeiro. Chamado de "jogador de risco" pelo técnico Leão, por conta da operação no joelho direito, chegou a ficar fora até do banco de reservas em um jogo decisivo do Campeonato Paulista. Seis meses depois, sai do clube como ídolo, após marcar um gol na final da Libertadores e deixar o campo sob os gritos de "Fica, Luizão; fica, Luizão..." Ontem, ele embarcou para o Japão - vai jogar no Nagoya Grampus -, deixando saudades e a torcida preocupada com a falta de gols que ameaça qualquer recuperação do São Paulo no Brasileiro No aeroporto, sob o olhar atento da filha Yasmin, falou à Agência Estado de sua passagem pelo Morumbi, prometendo voltar em um ano. "Se me quiserem", diz, com modéstia. Agência Estado - O gol que você fez contra o Atlético Paranaense foi o último no Brasil? Luizão - Imagina, daqui a um ano estou de volta. Vou procurar o São Paulo, e tomara que me aceitem. Não encerro a carreira antes de completar 300 gols, no mínimo. Tenho 254. AE - Houve uma identificação muito grande entre você e a torcida... Luizão - Eles adoram a Libertadores e eu também. Então, juntou o útil ao agradável. Lutei muito pelo São Paulo e fui reconhecido. AE - Como conquistou o torcedor do São Paulo, depois de ter sido ídolo no Palmeiras e no Corinthians? Luizão - Olha, eu corri em todos os jogos. Não marquei em todos, mas me esforcei muito. A torcida sabe reconhecer. Olha essa marca no meu rosto. Vai me ligar para sempre ao São Paulo. AE - Foi contra o Coritiba, não? Luizão - É, saí de maca e três dias depois estava em campo contra o Palmeiras. Nenhum outro jogador faria isso. Eu fiz e a torcida pediu para que eu ficasse. AE - E por que você está indo? Luizão - Porque eu sou do mato. Sou caipira. Quando eu falo uma coisa, cumpro. Prometi para o Nelsinho (Batista) que iria para o Japão assim que terminasse a Libertadores e estou cumprindo minha palavra. AE - Mas você tem fama de não cumprir seus contratos... Luizão - Olha, só não cumpro contrato de quem não me paga. Se eu recebesse tudo o que os clubes me devem, poderia parar de jogar bola. Não estava indo para o Japão. AE - Quem deve? Luizão - Botafogo, Corinthians e Vasco. O Botafogo tem de me pagar R$ 300 mil. Fiz um acordo para receber em seis vezes e não pagaram. Refiz para dez vezes e não pagaram. O Corinthians me deve R$ 9 milhões, e o Vasco, US$ 1,6 milhão (R$ 3,9 milhões), mas este eu não processei. O meu empresário, Fernando Torcal, morreu e ficou difícil levar o processo em frente. AE - Mas você quis deixar o São Paulo antes. Quando foi? Luizão - Foi no jogo contra a Portuguesa. Estava concentrado e recebi a notícia de que ficaria fora do banco de reservas. Não acreditei, mas era verdade. Pedi para o Juvenal Juvêncio rescindir meu contrato, mas ele pediu para eu ficar. Então resolvi aceitar o convite do Japão. AE - O que você sentia quando o Leão lhe comparava com um quero-quero, por causa da perna fina e da barriga grande? Luizão - Eu sempre tive perna fina e peito estufado. Se engordo um ou dois quilos fico parecendo mesmo um quero-quero. Mas ele não devia falar isso para os jornalistas. Não foi bom. AE - Você falou com o Leão? Luizão - Não. O Carlos Alberto Silva me ensinou que o bom cabrito não berra. Eu não berrei. Dei a resposta em campo. Quando ele me criticava, eu dizia que ia responder para aquele f.d.p. E respondi. AE - E o Autuori? Luizão - Esse é completamente diferente. Ele me resgatou para o futebol. Desde que saí do Corinthians não me sentia tão bem. Ele me deu valor, me respeitou e eu fiz gols para retribuir. AE - O Kia disse que não te conhecia. Agora ele conhece? Luizão - Ele falou, mas me conhecia, sim. Falou isso para me desprestigiar, queria me f.... Mas não conseguiu, não. Há muito tempo eu vivia enfrentando desafios e agora estou sentindo o gosto de ter vencido uma vez mais. AE - Vai assistir ao Mundial? Luizão - Se estiver no Japão, com certeza. Vou torcer muito pelos amigos.

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