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Maduro, Denílson agradece a chance

A convocação de surpresa para a Copa América era o que faltava para o atacante Denílson afirmar a sua redenção no futebol.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A convocação de surpresa para a seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari que disputará a Copa América era o que faltava para o atacante Denílson afirmar a sua redenção no futebol, depois de três anos mais do que difíceis. Apesar de continuar mantendo seu jeito alegre e o sorriso que é sua marca registrada, o jogador garante que, por dentro, o rapaz que encantou a torcida do São Paulo com seus dribles, na década passada, mudou. Denílson é o primeiro a reconhecer que passou um tempo "esquecido", desde a sua transferência para o Betis, da Espanha, em 1997. Reconhece que foi bem recebido no clube europeu, mas que pouco tempo depois as dificuldades começaram. "Tive problemas de relacionamento com alguns jogadores, em parte por causa do meu jeito brincalhão de ser." O jogador admite que não estava preparado para o que iria enfrentar em Sevilha. Pelo fato do seu passe ter sido comprado por uma fortuna, US$ 24 milhões, por um clube modesto como o Betis, Denílson ganhou a responsabilidade de ser "o jogador mais caro do mundo" e também muita resistência. "Na época não estava preparado para enfrentar aquilo." O segundo ano no Betis foi ainda pior. Com atuações desastrosas, o time foi rebaixado para a Segunda Divisão espanhola. "Na época fiquei desesperado para voltar", lembra. "E os muitos amigos que achava que tinha, desapareceram." Um empréstimo para o Flamengo apareceu como solução dos problemas e uma grande chance de "dar a volta por cima". Um grande engano. O time, que no papel era formado por astros, não conseguiu corresponder em campo. E a crise pessoal de Denílson só aumentou. No fim da temporada, o jogador voltou para a Espanha. Volta por cima - "Confesso que tive medo da recepção que teria lá no Betis, mas eles me receberam com o carinho da primeira vez", conta. A virada, que incluiu o retorno do Betis à Primeira Divisão este ano, contou com três componentes: família, Deus e o técnico Fernando Vasquez. "Na família estão aqueles que nunca abandonam a gente", justifica. "Quanto a Deus, sempre tive fé, mas como muitos, só lembrei Dele na hora da dificuldade", conta. "Mas quando soube que fui convocado dessa vez, a primeira coisa que disse foi ?Obrigado meu Deus?." Já a Fernando Vasquez coube o papel de fazer Denílson ser aceito pelo time. "Ele me deu muitos toques e ajudou a equipe a me aceitar. Hoje, quando estou trabalhando, sou bem mais sério, e, nos treinos, sou o primeiro a entrar em campo e o último a sair." Denílson jogou 22 partidas consecutivas no Betis como titular e a equipe voltou à Divisão Principal. Hoje, sair de Sevilha não faz parte dos planos do jogador. E as lições aprendidas com Vazquez serão aplicadas na seleção de Scolari. "No dia da apresentação, vou ser o primeiro a estar no aeroporto", prometeu o atacante, sem esconder seu entusiasmo.

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