PUBLICIDADE

Publicidade

Mãe de Grafite estava em cativeiro

Ilma de Castro Libânio, de 51 anos, foi libertada pela polícia em Arthur Nogueira, enquanto era vigiada por dois sequestradores, ambos capturados e presos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Por acaso, a dona de casa Ilma de Castro Libânio, de 51 anos, mãe de Edinaldo Batista Libânio, de 25 anos, o Grafite, atacante do São Paulo, foi libertada nesta quinta-feira de um cativeiro onde era mantida refém desde a tarde de quarta-feira. Ilma estava sendo vigiada por dois seqüestradores numa chácara abandonada na zona rural de Arthur Nogueira, região metropolitana de Campinas, interior paulista. Ambos foram presos. Por volta das 15h30, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima de que um garoto havia sido visto entrando na chácara com uma sacola de comida. Policiais desconfiaram e pediram para homens da Guarda Civil irem até lá. De acordo com a polícia, o dono da chácara está preso por homicídio. No ano passado, próximo ao local, foram apreendidos 300 quilos de explosivos. Os policiais surpreenderam os acusados Ubirajara Aquelino de Farias, de 34 anos, e Josenildo Alves Pereira, de 30, sentados do lado de fora da casa. Eles correram em direção a um matagal, deixando a entrada do imóvel livre para a Guarda Civil. A mãe de Grafite foi encontrada em um quarto da casa sentada em um colchão. "Ela estava chorando muito", contou Armindo Antunes Pereira, Guarda Civil que libertou a dona de casa. Na chácara foram encontrados dois capuzes em cima de uma mesa. Às 17 horas, policiais militares conseguiram prender os dois seqüestradores. Farias e Pereira estavam escondidos no matagal a menos de dois quilômetros de distância do cativeiro. Libertada, Ilma foi levada para o hospital e, em seguida, encaminhada para a delegacia de Arthur Nogueira. "Há pelo menos sete pessoas envolvidas neste crime. Além dos presos, um outro foi identificado", disse Antônio de Olin, da Delegacia Anti-Seqüestro. Ilma foi seqüestrada por três homens na quarta-feira, em Campo Limpo Paulista (região de Jundiaí), onde mora. Os criminosos não estavam encapuzados. Antes de colocar a vítima num Kadett verde, um deles advertiu: "Não avisa a polícia, se não ela morre. Vai ser igual a mãe do Robinho", completou, numa referência ao seqüestro de Marina Silva de Souza, mão do craque do Santos. A advertência foi feita ao pai de Grafite, o aposentado Odair Batista Libânio. Além do casal, também foi rendido Emerson Libânio, de 24 anos, irmão do atacante. O seqüestro ocorreu às 14h30, na casa da família, na rua Romildo Augusto de Oliveira, no bairro Residencial Monte Alegre. Segundo vizinhos, pai e filho foram amarrados com fitas adesivas. Odair e Emerson foram deixados na cozinha. Os seqüestradores não se preocuparam em fechar a casa quando foram embora. Eles deixaram portas e janelas abertas para, provavelmente, não chamar a atenção de outros moradores. Emerson conseguiu se livrar das fitas e chegar até o portão, mas os criminosos o perceberam e o amarraram novamente. Ele e seu pai foram soltos por uma vizinha. Uma moradora que não quis se identificar disse que Odair se arrastou pelo quintal e conseguiu gritar por socorro. A mesma vizinha disse que a filha dela encontrou Odair. Segundo a moradora, amiga da família de Grafite, o pai do atacante são-paulino sofreu um derrame, meses atrás. A doença deixou seqüelas no lado esquerdo do corpo dele. Mesmo assim ele conseguiu se arrastar e pedir ajuda. Ilma sofre de pressão alta. A mãe do jogador ficou desesperada ao saber que estava sendo seqüestrada. Ela foi arrastada pelos criminosos e também gritou por socorro. Vizinhos, no entanto, não ouviram seus apelos. Os seqüestradores estavam armados com um revólver. Eles abandonaram o Kadett em Campo Limpo Paulista e fugiram em outro veículo. Sem papo - Grafite esteve nesta quinta-feira na Delegacia de Campo Limpo Paulista. O jogador não quis conversar com jornalistas. Vizinhos contaram ainda que a família do atacante nunca se preocupou com a possibilidade de um seqüestro e por isso, não havia pensado em reforçar a segurança.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.