Manchester: 55 milhões de torcedores

Pesquisa encomendada pelo clube mostrou que mais de 55 milhões de pessoas torcem pela equipe em locais tão distantes como Japão, Austrália ou Canadá.

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Por Agencia Estado
Atualização:

No início deste ano, a direção do Manchester United encomendou uma pesquisa sobre quantos torcedores o time de Beckham, Barthes e Veron teriam em todo o mundo. O resultado foi surpreendente: mais de 55 milhões de pessoas torcem pela equipe em locais tão distantes como Japão, Austrália ou Canadá. O fenômeno das "torcidas mundiais", porém, não se limita ao time inglês. Com a disseminação do futebol em virtualmente todos os países do mundo e com a ajuda da globalização da economia, equipes como o Real Madrid, Milan, Juventus de Turim e Arsenal passaram a ter fãs não apenas em suas cidades ou países, mas nos quatro cantos do planeta. O Manchester, por exemplo, tem o apoio de mais de 50 fã clubes somente na Irlanda. O time ainda conta com organizações de torcedores na Malásia, Nova Zelândia e Hong-Kong. Já o Arsenal, líder do campeonato inglês e time dos brasileiros Edu e Gilberto Silva, possui fã clubes na Polônia, Estados Unidos e Noruega. A Juve, atual campeã italiana, afirma que possui 14 milhões de torcedores em toda a Europa. A torcida também é uma das que conta com o maior número de mulheres: quase 3 milhões. Apesar de ser propriedade da Fiat, parte das ações da equipe foram compradas em 2001 pelo General Khadafi, ditador da Líbia e fã declarado do time italiano. Mas um dos grandes fenômenos mundiais é mesmo o Real Madrid, de Ronaldo, Zidane e Figo. Segundo a assessoria do time, 16 milhões de pessoas se identificam como torcedores do Real na Europa e pelos outros tantos podem ser encontrados na Ásia, principalmente na China, Oceania e América Latina. Mas o que é que proporcionou a criação desses grupos de torcedores mundiais nos últimos anos? A resposta, segundo os clubes e economistas, pode ser atribuída a três fatores: o grande número de jogadores estrangeiros em cada uma dessas super-equipes européias, a forte estratégia de marketing criada pelos clubes e seus patrocinadores, e a transmissão dos principais campeonatos europeus para todos os cantos do mundo. Seleções - No que se refere aos jogadores, as equipes européias são verdadeiras seleções, atraindo a atenção de torcedores estrangeiros que acabam acompanhando seus antigos ídolos locais em seus novos times no exterior. O Real, por exemplo, fornece titulares para seis seleções nacionais, entre eles o Brasil e Argentina. 20 dos 27 jogadores que fazem parte da equipe do Arsenal não são ingleses. No Manchester, o torcedor precisa ficar habituado a saber nomes de jogadores de 12 países diferentes para poder acompanhar o time. Marketing - A estratégia de marketing é o segundo pilar do fenômeno das torcidas mundiais. Antes mesmo do início do campeonato italiano desta temporada, o Milan de Rivaldo já havia vendido metade de todos seus ingressos para seus jogos. O Manchester, por exemplo, possui 1,3 mil produtos à venda com seu logotipo e arrecadou US$ 11 milhões com suas mercadorias no ano passado. Somente a camisa de Beckham vendeu um milhão de unidades entre 2001 e 2002. Já o Real Madrid estuda a abertura de uma rede de franquias pelo mundo para vender seus produtos e, neste ano, a tendência é que camisa de Ronaldo possa superar a marca de Beckham. TV - Finalmente, nada disso poderia ter um efeito internacional se os times não contassem com redes de TV que transmitissem seus jogos para todos os países. Hoje, no Japão, uma partida entre Arsenal e Manchester atrai mais atenção dos torcedores que um jogo do próprio campeonato local. Em Hong-Kong um torcedor que nunca foi ao Santiago Bernabeu pode acompanhar o Real em cada um de seus jogos. Tudo pela TV e em sua própria língua.

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