Publicidade

Manchester City e Chelsea fazem final bilionária na Liga dos Campeões

Times ingleses investiram, juntos, mais de R$ 10 bilhões na formação dos elencos que se enfrentam em Portugal

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

Manchester City e Chelsea fazem uma final bilionária na Liga dos Campeões neste sábado. O termo “bilionário” é literal, não é apenas modo de dizer. Presentes entre os dez clubes mais ricos do mundo, as duas potências do mercado investiram cerca de R$ 10 bilhões para a formação dos elencos que se enfrentam no estádio do Dragão, em Portugal, às 16h, para saber quem é o melhor time da Europa na temporada 2020/2021.

O clube comandado por Pep Guardiola desembolsou 928,2 milhões de euros (R$ 5,9 bilhões) para contratar os jogadores do elenco. O rival gastou um pouco menos, cerca de de 646,4 milhões de euros (R$ 4,1 bilhões) . A base de comparação são os valores de transferência do site especializado Transfermarkt. A diferença entre os dois se deve à escalação dos jogadores da base. No City, o atacante Phil Foden é o único titular. No Chelsea, os técnicos Frank Lampard, que acabou demitido, e Thomas Tuchel usaram cinco jogadores formados no clube.

Estádio do Dragão receberá a decisão da Liga dos Campeões Foto: Estela Silva/ EFE

PUBLICIDADE

A origem dessas fortunas têm um denominador comum: bilionários estrangeiros cujos investimentos tiveram grandes impactos na história dos dois clubes. Eles criaram um “antes” e um "depois". Até a chegada do russo Roman Abramovich, magnata russo dos setores petrolífero e mineração, em 2003, o Chelsea tinha apenas um título inglês, em 1955. Hoje tem seis, além de conquista continental em 2012. Foi o ápice do investimento que começou nove anos antes.

Já o City, cujo dinheiro sai de um fundo de investimentos financiado pela família real de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), quebrou um jejum de 44 anos sem vencer o Campeonato Inglês. Venceu em 2012 e continuou vencendo. Dali para frente, o City conquistou o Inglês por mais quatro vezes. Com investimento forte, os clubes passaram a sentar na mesma mesa dos rivais ingleses tradicionais.

Esse vigor econômico se traduziu no domínio do futebol inglês. Na Liga dos Campeões, eles sobraram. O Chelsea derrubou o maior campeão da competição, o Real Madrid, com um 3 a 1 no placar agregado. O Manchester City passeou diante do poderoso PSG de Neymar e Mbappé, com 4 a 1 na soma dos dois jogos. “Ganhar a Champions é uma grande realização. Ser o primeiro brasileiro a ter a oportunidade de levantar o troféu é um momento de orgulho para todos. Seria um dos momentos de maior orgulho da minha carreira”, afirmou Fernandinho, que deve ser titular.

Pep Guardiola avisou que não pretende escalar jogadores que não estiverem plenamente recuperados. Foto: Alastair Grant/AP

O City pode ser considerado favorito para buscar seu primeiro título da Liga dos Campeões. Alcançou três títulos ingleses nos últimos quatro anos, inclusive o da atual temporada, e possui o técnico mais badalado de sua geração. Em 11 temporadas, Guardiola foi nove vezes campeão nacional, mas o último de dois triunfos na Liga dos Campeões ficou lá atrás, em 2011.

Guardiola aperfeiçoou o sistema com um "falso nove". Mahrez, Foden, Bernardo Silva, De Bruyne e até Gündoğan “rodam” como atacantes. Com apenas quatro gols sofridos nos 12 jogos, o time parece ter construído o muro defensivo que faltou em outras temporadas. O fato de ter superado o trauma das quartas de final elevou o moral. A forma como eliminou o PSG tirou quaisquer dúvidas sobre a capacidade de chegar ao título europeu.

Publicidade

O treinador pode ter um desfalque de última hora. O volante alemão Ilkay Gündogan deixou o treino de reconhecimento do gramado do Estádio do Dragão, com dores na coxa. “As pessoas pensam que é fácil chegar à final da Champions League. Agora que conseguimos chegar lá, faz sentido o trabalho que o clube desenvolveu nos últimos quatro ou cinco anos”, afirmou Guardiola.

O leve favoritismo esbarra no retrospecto recente diante do rival. A equipe de Thomas Tuchel superou o rival duas vezes em poucas semanas: a primeira foi na semifinal da Copa da Inglaterra e no último encontro do Campeonato Inglês – e vai tentar voltar a fazer o mesmo.

Tuchel cobra atacantes do Chelsea: 'Não há tempo para jejum de gols na elite' Foto: Lee Smith/AP

O muro do Chelsea parece ainda mais sólido. O time só sofreu cinco derrotas sob o comando de Thomas Tuchel, em janeiro. O volante N’Golo Kanté parece estar em todos os lados do campo. E raramente perde a bola. A arapuca parece armada: bloqueio defensivo à espera de uma oportunidade para contra-atacar. Os jogos mais recentes, no entanto, acenderam um alerta. Foram três derrotas em quatro jogos.

O time azul também tem um craque no banco de reservas. Tuchel é o primeiro treinador a levar dois clubes diferentes até finais consecutivas – o outro foi o PSG. Tuchel é uma revelação entre os treinadores. Ganhou campeonatos seguidos na França, foi finalista na Liga dos Campeões após sucesso na Alemanha com o Dortmund. E ele admite certa inferioridade na decisão. “Temos seis jogos juntos (na Liga dos Campeões). Sentimos que trabalhamos duro para estar aqui, e estamos com fome. Estamos aqui para ganhar o troféu. Talvez um pouco azarões, mas com muita coragem e vontade de ganhar — afirmou Tuchel. ”, afirmou Tuchel.

Presença de público

Originalmente, a partida seria jogada em Istambul, mas a sede teve de ser alterada por causa da pandemia de covid-19. A Uefa colocou à venda 1.700 ingressos para decisão pelo site oficial da entidade. A medida vem após a autorização do governo português em liberar a presença de 16.500 torcedores no estádio do Dragão. Os preços variam entre 70 e 600 euros (R$ 460 e R$ 3,9 mil). Vale lembrar que 12 mil ingressos já foram vendidos entre torcedores do Chelsea e Manchester City (6 mil para cada e com a comercialização sendo gerida pelos dois clubes ingleses).