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Mancini: primeiro título em 13 meses

Por Agencia Estado
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Em apenas 13 meses como treinador, Vagner Mancini passou de aposta a realidade. Ele ainda jogava pelo Ituano, no ano passado, quando um convite do Paulista de Jundiaí o apanhou de surpresa. Ocuparia o cargo de técnico em substituição a Zetti, que, seduzido pelo Guarani, foi embora. Mancini pensou, pensou e aceitou o desafio. Depois de defender 18 clubes, o volante pendurou as chuteiras e, em pouco tempo, chegou ao sucesso com o título da Copa do Brasil, conquistado na noite de quarta-feira no Rio. "Em alguns momentos, eu achava que ainda poderia entrar em campo para consertar um erro do time", brincou o treinador de 38 anos. Agência Estado - Qual o peso desse título? Vagner Mancini - É coisa de outro mundo! Todo título é importante, seja qual for. Se eu tenho a "Série J" para disputar, eu tenho de vencer a "Série J". Agora que conquistamos a Copa do Brasil, também quero a Série B (o Paulista está em 14º lugar, com 11 pontos). É nosso próximo objetivo. AE - Foi mais fácil obter sucesso no Paulista por você ter jogado no clube? Mancini - Eu não diria que foi por isso que deu tudo tão certo. A partir do momento em que fui tendo os resultados, foram vendo que eu poderia ser um bom treinador. Se não tivesse resultados, ficaria difícil. O Mancini ídolo como atleta chegou ao fim. Eu iniciei um novo ciclo. AE - Você é mais um técnico da "nova geração" que deu certo... Mancini - Essa geração prestou muita atenção nas mudanças do futebol. Há 15 anos, o futebol exigia dois volantes de marcação, depois passou a três. Hoje, ninguém mais usa isso. Hoje, se o seu volante, que é o cara que inicia as jogadas, não souber jogar, o seu time já perde para o outro em organização e em saída de bola. Então, nós fizemos parte dessa mudança do futebol. Lógico que o Brasil conquistou duas Copas nessa fase e muita coisa melhorou. A vinda da Parmalat trouxe muita gente de volta. Dos anos 90 até hoje, o futebol vem sofrendo mudanças e esses, que são os novos técnicos, jogavam e absorveram muito disso. AE - E como definiria seu estilo? Mancini - Eu tenho a minha maneira de ser. Claro que peguei algumas coisas do Felipão, do Leão, do Parreira, e do Minelli e do Giba, que foram meus treinadores. Mas acho que a partir do momento que eu deixar de ser eu mesmo, vou estar perdendo a minha essência. Em alguns momentos eu tenho de ser mais enérgico, mais amigo; em outros momentos, eu tenho de ter jogo de cintura; em outro, não tenho de ter, eu tenho de ser disciplinador... Cada momento exige uma atitude e o cara versátil se encaixa nessa maneira de ser. AE - E nesses 13 meses de experiência, já deu para descobrir se é melhor ser técnico ou jogador? Mancini - É mais fácil ser jogador. Técnico você tem que olhar de uma maneira ampla para todos. É uma coisa mais complexa, a cobrança é maior. Como atleta, você só olha para o seu desempenho, sem pensar muito no grupo. Como técnico, não posso individualizar nada, nem ninguém.

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