19 de janeiro de 2014 | 05h00
SÃO PAULO - Mano Menezes inicia oficialmente neste domingo, diante da Portuguesa, no Canindé, às 17h, sua segunda passagem pelo Corinthians. Na primeira, entre 2008 e 2010, ele tirou o time da Série B e depois ganhou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. É claro que agora o cenário e as condições são muito melhores, mas ele terá de reconstruir o time com a matéria prima que já está lá. A diretoria não lhe ofereceu um único reforço de peso, mas pediu-lhe que dê um jeito na equipe.
O time que entrará em campo neste domingo só tem uma cara nova: o lateral-esquerdo Uendel, que veio da Ponte Preta. O meia Rodriguinho não é exatamente uma novidade, pois foi contratado no finzinho do ano passado e já estreou. Evidentemente, não são jogadores capazes de levar público ao estádio, nem mesmo revolucionar um time.
“Quando você gasta mais em um ano, é provável que no outro você não tenha tanto para fazê-lo. Se você investiu R$ 60 milhões no ano passado e em jogadores de nível internacional, neste ano não tem a mesma condição”, afirmou Mano. “Vamos buscar qualidade em jogadores que buscam afirmação. O combinado não sai caro.”
O técnico tem objetivos a curto prazo. O primeiro é quase uma questão de honra: o Corinthians precisa marcar mais gols e apagar a péssima imagem deixada em 2013, quando o time se mostrou incapaz de marcar até contra adversários medíocres.
Mano elegeu Guerrero o seu principal atacante, em detrimento de Alexandre Pato e de Emerson Sheik – os dois jogadores de maior salário do elenco (juntos ganham quase R$ 1 milhão por mês) são reservas.
“Muita coisa se falou sobre o Pato. Algumas delas vão se confirmar e outras não. Precisava fazer uma escolha inicial. Disse que ia mudar a forma de a equipe atuar. Para essa formação inicial, essa é a melhor.”
O gaúcho comandou dois coletivos e um jogo treino. Nas três vezes repetiu a equipe. O treinador não fez nenhuma mágica ou tirou da cartola um esquema tático revolucionário – o sistema é praticamente igual ao de Tite. As diferenças estão na função que alguns jogadores fazem em campo.
De Guerrero, Mano espera que seja um típico centroavante. O peruano tem de ficar o mais próximo possível da área e está proibido de buscar jogo no meio de campo ou receber a bola na lateral.
O que se viu nos treinamentos foi um time mais rápido, graças à entrada de Rodriguinho no meio de campo como articulador. Ele é mais jovem e veloz do que Douglas, além de carregar mais a bola.
Mano também trabalhou muito as inversões de jogo, com Danilo aberto na esquerda e Romarinho, na direita. O lado que funcionou mais foi o esquerdo, pois Uendel se mostrou boa opção de ataque, fazendo triangulações com Danilo.
Mano acredita que é possível ser campeão estadual e fazer o mesmo em competições como a Copa do Brasil e o Brasileiro. Se o time for mal no Paulistão, ele terá respaldo para, caso ache necessário, reformular o elenco para o segundo semestre.
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