Maradona completa um mês de internação

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-astro do futebol argentino, Diego Armando Maradona completou hoje um mês internado. No dia 18 de abril, entrou na Clínica Suíço-Argentina com fortes convulsões. Oficialmente, era uma pneumonia. Extra-oficialmente, uma nova overdose de cocaína, similar àquela que em janeiro do ano 2000 quase provocou sua morte. Um mês depois, o cenário é radicalmente diferente. Maradona está na Clínica del Parque, sob um rigoroso tratamento. Segundo sua família, melhora gradualmente e apresenta cada vez menos resistência ao tratamento, um cenário inimaginável semanas atrás, quando os argentinos acreditavam que o ex-astro estava "nas últimas" e que logo se reuniria com "El Barba" (O Barba, forma como Maradona se refere a Deus). "El Diez" perdeu peso graças à dieta. Um mês atrás pesava 110 quilos. Quando entrou na Clínica de Parque estava com 105. Segundo versões diferentes da própria família, ele estaria atualmente com 98 ou 92 quilos. Pelo menos existe consenso que baixou da barreira dos 100. Mas, para chegar ali, Maradona passou pelo mês mais turbulento de sua vida. Nesses 31 dias houve de tudo: centenas de fãs rezando por sua saúde, uma fuga precipitada da primeira clínica e até uma overdose de croissants com doce de leite. 18 a 29 de abril: Poucas horas depois de ter sido internado na Suíço-Argentina, duzentos fãs se aglomeraram nas portas da clínica, onde colocaram um milhar de cartazes e recados em papéis desejando a recuperação imediata de seu ídolo. O lugar havia se transformado em um lugar de peregrinação, com tons semi-religiosos. A mídia nacional e internacional em peso acotovelou-se ao lado dos fanáticos para conseguir qualquer informação sobre o estado de saúde de "El Diez". Uma tentativa de fazer uma foto clandestina de Maradona em coma na UTI fracassou. No domingo dia 25, o aparelho de respiração artificial foi removido. No dia seguinte, Maradona estava consciente. Na terça-feira, já estava infernizando os médicos e enfermeiros da clínica: ele se recusava a comer a dieta (purê de abóbora) e exigia um churrasco mal-passado. Na quinta-feira, disse "estoy podrido, me quiero ir" (estou farto, quero ir embora). Junto com seu médico pessoal, Alfredo Cahe, entrou em uma camionete e deixou o lugar, sem alta médica, em direção à chácara de um empresário amigo seu, na Grande Buenos Aires. 29 de abril a 5 de maio: Instalado na chácara, Maradona passou dias - como diz a canção de Ricky Martin - "Livin´ la vida loca" (Vivendo a vida louca). Jogou golfe sem camiseta, no meio de um frio de 14 graus. Pulou na piscina com água gelada na madrugada. Disputou algumas peladas e terminou, na madrugada do dia 5, com uma "overdose" de croissants com creme e doce de leite. 5 a 9 de maio: Depois de tentar sem sucesso que uma nova clínica o aceitasse, o médico pessoal de Maradona conseguiu que a Suíço-Argentina o recebesse novamente. Mas, a segunda etapa foi pior que a primeira. Agressivo, o ex-astro tentou quebrar os móveis da UTI e teve delírios, imaginando que estava pegando um táxi no meio do corredor da clínica. A situação ficou insustentável. Depois de intermináveis discussões sobre transferi-lo para um tratamento no exterior (Cuba, Canadá, Inglaterra eram algumas da opções), a família e o médico decidiram interná-lo na Clínica del Parque, onde Maradona estaria fora do alcance da imprensa, na zona oeste da Grande Buenos Aires. Dia 5 até hoje: Internado na Clínica del Parque, Maradona está sob rigoroso tratamento. Informações extra-oficiais indicam que nos primeiros dias teria sido amarrado à cama, depois de um acesso de ira. Nos dias posteriores, o ex-astro começou a resignar-se a aceitar o tratamento. Tudo indica que ele permanecerá internado pelo menos durante os próximos seis meses.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.