Maradona fará despedida em Nápoles

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Nápoles viveu nesta quinta-feira um dia de loucura para reverenciar seu maior ídolo. Maradona saiu do avião às 12h04 e a partir daí foi adorado sem parar pelos napolitanos. O ponto alto foi à noite, quando voltou a pisar no gramado do Estádio San Paolo depois de 14 anos. Ele não participou do jogo de despedida de seu grande amigo Ciro Ferrara, mas foi ovacionado enlouquecidamente por 70 mil pessoas ao dar uma volta olímpica, fazer embaixadinhas e dizer algumas palavras no microfone. "As pessoas ainda se lembram de mim e isso me deixa muito feliz. Continuo amando Nápoles. Esta cidade foi minha segunda casa, minha segunda pátria e os sete anos em que vivi aqui representam um período feliz da minha vida." Maradona viajou acompanhado da ex-mulher, Claudia Villafañe, da filha Giannina e do namorado dela, Marcelo - que é irmão do jogador D?Alessandro, da seleção argentina. "É terrível, os namorados das minhas duas filhas torcem para o River", costuma brincar Dieguito, eterno apaixonado pelo Boca. Assim que ele apareceu na porta do avião, foi efusivamente aplaudido pelos funcionários do aeroporto que se acotovelavam na pista. E os fãs que viam a cena de longe cantavam "Un Maradona, c?è solo un Maradona" (Um Maradona, há apenas um Maradona). Dieguito chegou às 13h45 ao hotel e se deparou com uma multidão que queria vê-lo. Ele apareceu algumas vezes na janela de seu quarto, no último andar, para saudar as pessoas. A polícia precisou bloquear o trânsito de carros na rua. No estádio, Maradona foi chamado ao campo por Ferrara. Assim que apareceu, uma explosão de alegria tomou o velho San Paolo, palco dos melhores anos de sua carreira. Enquanto dava a volta olímpica, tentando se desvencilhar dos fotógrafos e seguranças para poder ser visto pelos torcedores, o público voltava no tempo e cantava "Diego, Diego", como nos domingos inesquecíveis em que Maradona vestia a camisa 10. O ídolo usou o boné de uma torcida organizada, beijou cachecóis e camisas que lhe foram atiradas pelos fãs e, momento supremo, fez malabarismos com uma bola 14 anos, dois meses e 23 dias depois de ter disputado sua última partida na cidade. "Voltarei para fazer meu jogo de despedida dia 30 de outubro (quando completará 45 anos). Agora meu joelho não está bom". Nápoles já está sonhando com esse dia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.