Publicidade

Marcinho: laços fortes com o Paulista

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O meia Marcinho, do São Caetano, vive uma situação inusitada na final do Campeonato Paulista. Um quarto do seus direitos federativos ainda pertence ao Paulista de Jundiaí, clube que o revelou e é o adversário da final de domingo, do Campeonato Paulista. "Eu torci para o Paulista", admitiu o jogador. "Foi importante para o futebol do interior a classificação do futebol de Jundiaí", explicou. Foram sete anos no Paulista. "Foi um clube muito importante para a minha carreira. Aprendi muita coisa lá", lembrou o jogador que entrou na escolinha do Paulista em 95, foi profissionalizado com 16 anos e participou da equipe que conseguiu o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Paulista, em 2001. Marcinho disputou inclusive a final da Série A2 de 2000, contra seu atual time, o São Caetano. Na ocasião, levava a camisa 10 do time de Jundiaí. No final, subiu o Azulão. Da equipe do Paulista, Marcinho guarda boas recordações. "Outro dia conversei com o Vágner Mancini, que era do time de 2001, e comentamos que se o Paulista tivesse conseguido manter aquele time, tínhamos tudo para ser um novo Santos. Aquela equipe era muito boa", disse. Além do futebol de campo, Marcinho jogava futebol de salão, modalidade que deixou um amplo repertório de dribles, como aquele que originou o primeiro gol contra o Santos. Marcinho deu um drible por baixo das pernas de Claiton e cruzou certeiro para Euller, de cabeça, abrir o placar. "Tem muitos dribles curtos do salão que dá para se utilizar no futebol de campo e surpreender os adversários", comenta. Hoje, Marcinho foi o jogador mais assediado pela imprensa após o treino do São Caetano. Mesmo assim, procurou enaltecer o grupo. "Foi uma vitória do elenco todo. Todos estão de parabéns. Nosso elenco é muito forte e ninguém quer aparecer mais que o outro. O segredo é a nossa união." Mas nem sempre Marcinho foi tão ponderado. Ele conta que quando era garoto, treinava nas categorias menores da Ponte Preta. Um dia, levou uma bronca no vestiário e o técnico Donizete, responsável pela categoria, ameaçou: "Se fizer mais uma vez, você não treina mais aqui." Marcinho, com 10 anos de idade, levantou e foi embora. A infração: fazer xixi durante a corrida. Da época do Corinthians, Marcinho fala pouco. Diz que teve poucas chances e que queria jogar mais. Além disso, o Corinthians queria prorrogar o empréstimo de graça, mas o Paulista exigia uma quantia em dinheiro. O São Caetano cobriu a proposta e adquiriu metade do passe do jogador. Outros 25% foram comprados num segundo momento. A mudança não foi assim tão simples. Marcinho conta: "Tinha um impasse na negociação e o técnico Mário Sérgio declarou numa entrevista que se eu quisesse vir, podia vir. Senão, não ia fazer falta. Então, eu vim e me apresentei no São Caetano." Com os dois gols marcados contra o Santos, Marcinho somou 23 gols e é o sexto artilheiro da história do São Caetano. Mas seu ranking deve melhorar ainda nessa semana. Está a um gol de César e a dois de Márcio Griggio. O atacante Adhemar é o maior artilheiro com 68 gols. Em seguida, aparecem Serginho Chulapa, com 37, e Zinho, com 31. Apesar da orientação da Comissão Técnica em não falar da final do Paulista e se concentrar na Libertadores, Marcinho deixou escapar seu pensamento. "Um título é muito importante. Lutamos muito para chegar aqui. Estamos num momento muito importante da história do time", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.