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Marco Aurélio nas mãos de Mustafá

Por Agencia Estado
Atualização:

Doze velas brancas e uma azul ainda queimavam sobre uma mesinha de metal no vestiário do Palmeiras ao fim da derrota por 2 a 1 para o Corinthians, hoje, no Morumbi. A reza não impediu o fracasso, mas o técnico Marco Aurélio Moreira demonstrava uma tranqüilidade surpreendente para quem tem o cargo ameaçado. A expulsão de Fernando, ainda no primeiro tempo, e as oportunidades criadas pelo time no segundo tempo parecem ter dado ao técnico a certeza de que nem mesmo a derrota para o maior rival seria suficiente para derrubá-lo hoje. "Nunca existiu pressão no Palmeiras sobre mim. Estou trabalhando e o que sei é que o presidente tem me apoiado", disse. "A partida de hoje (ontem) foi de igual para igual. O que desequilibrou foi ficar com um jogador a menos no primeiro tempo." O Palmeiras terá um jogo difícil no fim de semana, contra o líder Rio Branco. Marco Aurélio não tem nenhuma garantia de que estará no banco de reservas, mas lembrou, mais uma vez, que trabalha com um elenco cheio de deficiências. "Não temos jogadores ofensivos. O Tuta está machucado e Basílio deixou o campo com cãibras nas pernas." Num outro canto do vestiário, cercado por jornalistas, o diretor de Futebol Américo Faria, precavido, não chegava a garantir o técnico no cargo. "Só a presidência pode tomar essa decisão. No momento em que o presidente achar que deve tomar uma atitude, tomará, mas Marco Aurélio foi escolhido o melhor técnico de 2000." O presidente Mustafá Contursi, como de praxe, não foi ao estádio. Os jogadores do Palmeiras reconheceram que a semana será difícil. "A derrota foi muito ruim para nós, que estamos buscando afirmação", disse Basílio. O goleiro Sérgio diz que a responsabilidade dentro de campo é dos jogadores, mas reconhece a situação delicada de Marco Aurélio. "Sabemos que ficará difícil para ele, mas temos a consciência tranqüila de que fizemos o melhor." O volante e capitão Fernando, apontado como um dos principais responsáveis pela derrota, ao ser expulso no primeiro tempo, procurou defender-se. "Não sou culpado. O primeiro cartão amarelo que recebi foi injusto." O volante Magrão iniciou o jogo no banco e entrou no primeiro tempo, substituindo Reinaldo, para cobrir o setor de Fernando. Insatisfeito com a reserva, aproveitou para dar suas alfinetadas em Marco Aurélio ainda no intervalo. "Não queria ficar na reserva. Deus quis que eu entrasse e vou lutar, correr. Quem sabe se, com um jogador a menos, vamos correr mais, como no ano passado." Cada vez mais a diretoria do Palmeiras reconhece sua responsabilidade na má fase do time e busca reforços. O atacante colombiano Dario Muñoz, contratado por empréstimo do Nacional de Medellín até o fim do ano, deve chegar nos próximos dias. Os laterais-esquerdos Córdoba, colombiano, e Felipe, do Vasco, também estão nos planos. "Córdoba pode ser uma opção", disse um integrante da comissão técnica.

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