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Marin negocia fiança de R$ 40 milhões com a Justiça dos EUA

Valor será pago para que possa ficar em prisão domiciliar

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Por Jamil Chade
Atualização:

A Justiça americana quer cobrar quase R$ 40 milhões para que o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, aguarde seu julgamento por suspeita de corrupção em prisão domiciliar. Informações exclusivas obtidas pelo Estado com representantes da Justiça envolvidos na negociação indicam que o valor incluiria o apartamento que Marin possui em Nova York. O montante ainda está sob negociação.

Nesta semana, a Justiça suíça deve anunciar se aceita ou não extraditar o brasileiro aos EUA, como solicitado pelos procuradores americanos. Os advogados de defesa do ex-presidente da CBF já indicaram que se a decisão não der brecha para um recurso, vão abrir mão de uma apelação e aceitariam a transferência aos EUA. Caso apelem, Marin poderá ficar na prisão suíça, aguardando o resultado desse recursos, até pelo menos o final do ano. Mas com 83 anos, ele estaria "ansioso" por uma definição sobre seu destino.

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin continua preso na Suíça Foto: Fábio Motta/Estadão - 22/7/2014

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Enquanto isso, a defesa também já negocia fiança que permita a Marin aguardar o processo em seu apartamento e que, aos poucos, essa liberdade se amplie para que ele possa sair da residência e andar pela cidade. Aos advogados, o brasileiro, preso desde o dia 27 de maio, já confessou que "sonha" em dormir em sua cama e tomar um banho em sua ducha. Mas isso custará caro. Há dois meses, o ex-vice-presidente da Fifa, Jeff Webb, pagou uma fiança de US$ 10 milhões (R$ 39,8 milhões) para aguardar seu processo em liberdade, nos EUA. O pacote incluiu bens de seus familiares, propriedades, carros e até ativos financeiros. Até mesmo o anel de diamantes de noivado de sua mulher foi entregue, assim como relógios Cartier e Rolex.

Webb, que manteve por anos uma imagem de austeridade, entregou ainda uma Ferrari 2015, um Range Rover 2014 e um Mercedes-Benz 2003. No caso de Marin, a negociação que ocorre neste momento aponta para um pagamento de US$ 7 milhões (cerca de R$ 27,9 milhões), além de confisco temporário de seu apartamento, avaliado em US$ 2,5 milhões (R$ 9,9 milhões) no 41.º andar na Trump Tower. A garantia ainda teria de ser dada por uma assinatura conjunta dele e de Neusa, sua esposa.

AUSÊNCIA

Enquanto Marin negocia sua liberdade condicional, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não compareceu à reunião que ele deveria presidir na Fifa, na condição de presidente do Comitê de Futebol Olímpico. O encontro, para definir o torneio de futebol dos Jogos do Rio, marcava o primeiro dia de reuniões na entidade em Zurique - cidade onde Del Nero não coloca os pés desde maio - e, com sua ausência, foi presidido pela dirigente Lydia Nsekera, do Burundi.

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Já em Trinidad e Tobago, o Ministério Público deu sinal verde para a extradição aos EUA de Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa e também acusado de corrupção.