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Mascote do Mundial de Futsal dá margem a dupla interpretação

Parangolé - escolhido por um estudante de Brasília - quer dizer 'comportamento desonesto para ludibriar alguém'

Por Daniel Brito
Atualização:

A arara canindé escolhida como mascote oficial do Mundial de futsal, que será disputado em Brasília e no Rio de Janeiro de 30 de setembro a 19 de outubro, foi batizada como Parangolé. Mas, para infelicidade do comitê organizador, a definição do nome no dicionário Houaiss mostra que a escolha foi um tremendo gol contra. Parangolé está lá descrito como "Comportamento desonesto para ludibriar alguém." A arara colorida e simpática, que animará o público nos ginásios, recebeu o nome em um concurso que envolveu estudantes de escolas públicas do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. Rute de Sousa Santos, aluna da sétima série de um colégio da cidade-satélite de Recanto das Emas (DF), é a "mãe" de Parangolé. "Eu havia visto o nome na internet e achei que tinha ligação com a mascote", disse Rute, após ser declarada a vencedora do concurso, em julho. Lívia Costa Andrade, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Salgado de Oliveira, de Goiânia, chefiou a comissão julgadora e justificou a escolha do nome. "Parangolé é uma palavra com a cara do Brasil. Possui identificação com todo o contexto do concurso, da Copa do Mundo e, sobretudo, do futsal." O cearense Hideraldo Santana Martins, diretor do LOC (sigla em inglês para Comitê Organizador Local), minimizou a dupla interpretação. "Tudo o que nós falamos tem duplo sentido", disse. "Existe no Rio de Janeiro um instituto de cultura afro-brasileira que faz muito sucesso no exterior e se chama Parangolé." A origem do nome da mascote pode também ser creditada ao artista plástico Hélio Oiticica (morto em 1980). Ele criou uma espécie de escultura móvel, chamada Parangolé, como uma capa de cores e formas diversas, representando a "antiarte por excelência." IMPROVISOS Alheia à polêmica com o nome da mascote da competição, a Seleção Brasileira disputará a primeira fase do Mundial em um ginásio cheio de improvisos. No Grupo A, ao lado de Rússia, Cuba, Japão e Ilhas Salomão, o time de Falcão se apresentará no Nilson Nelson, em Brasília. O governo do Distrito Federal deu um "banho de loja" às pressas no ginásio, sem licitação, para que a cidade não perdesse o direito de sediar a competição. "Está improvisado, mas cumpre todas as determinações da Fifa", afirmou Hideraldo Martins.

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