Se todos sentiram e choraram a morte trágica dos dez garotos da base do Flamengo, em incêndio no alojamento do Ninho do Urubu, na última sexta-feira, todos eles entre 14 e 16 anos, imagino que as autoridades competentes, órgãos públicos, clubes profissionais e jogadores de futebol passarão a caminhar no mesmo sentido de agora em diante no que diz respeito a seguir regras de segurança, exigências do Corpo de Bombeiros, quitar multas aplicadas e se comprometer a ajeitar o torto, não aceitar morar em alojamentos deteriorados e de risco, enfim, atender a todas as normas humanas, respeitosas e dignas que se podem oferecer a uma pessoa, ou grupo, em ambiente de trabalho.
Desse modo, os clubes do Brasil, mesmo sem serem acionados, precisam sair na frente para repassar as condições de seus Centros de Treinamentos o quanto antes. É essencial que as partes se desarmem e entendam que o resultado do trabalho em conjunto tenha único objetivo: impedir que tragédias como a do Ninho voltem a ocorrer, voltem a tirar vidas de inocentes. O jogo de engana, de gato e rato, tem de acabar. A fiscalização deve acontecer regularmente. Ser séria e honesta. O clube tem de entender que ela é para o bem de seus profissionais. E cumprir as determinações sem duvidar delas, sem “molhar” a mão de ninguém.
O futebol brasileiro tem de aprender com seus erros, tem de parar de investir somente em contratos milionários de jogadores e técnicos, principalmente nos grandes times, e se valer de estruturas mais sólidas e respeitáveis.