PUBLICIDADE

México analisa proposta de Felipão

Por Agencia Estado
Atualização:

Luiz Felipe Scolari pode ter sido usado pela Federação Mexicana de Futebol apenas para valorizar o cargo de treinador do México. As duas reuniões que aconteceram em Miami teriam sido apenas para constar. O próprio presidente da entidade, Alberto de la Torre, sabia que a exigência salarial do técnico brasileiro para dirigir a seleção do México ultrapassaria, e muito, o teto de US$ 800 mil anuais que a Federação pode pagar. Por isso, enquanto a assessoria de Felipão afirma que a resposta definitiva sairá apenas em novembro, jornais mexicanos garantem: no início da próxima semana será divulgado o nome do novo treinador e os principais candidatos são os argentinos Carlos Bianchi e Ricardo la Volpe. Felipão estava empolgado com a negociação. Tanto que preparou um material que surpreendeu os dirigentes mexicanos em Miami. Levou uma pesquisa apontando que o trabalho de base do país não está funcionando e a renovação seria muito mais difícil do que apenas a contratação de um técnico. Argumento: o México não se classificou para os Mundiais Sub-17 e Sub-20, nem participou da última Olimpíada, em Sydney. Os mexicanos teriam ficado impressionados com a pesquisa do brasileiro. Mas o que realmente atrapalhou foi o pedido de Felipão, acima dos US$ 800 mil oferecidos pelos mexicanos. O valor exato não foi divulgado. O treinador também exigiu a contratação de no mínimo três profissionais: um preparador físico, um auxiliar técnico e um preparador de goleiros. Mais casa e passagens para o Brasil. A reação de Felipão também mostra que houve mesmo um problema financeiro. O treinador deve retornar nesta quinta-feira ao Brasil, de onde pretende viajar no dia 15 para a Europa, a fim de acompanhar a partida entre Inglaterra e Macedônia pelas eliminatórias da Eurocopa. O convite foi feito pelo Arsenal, através do seu treinador, Arsene Venger. O que mais caracteriza a falta de entendimento é a postura de Felipão. Junto com seu empresário, Gilmar Veloz, o treinador foi bem claro com os mexicanos: não tem compromisso com a Federação do México. Se surgir uma equipe européia ou qualquer outra seleção, está livre para aceitar o convite. Se as duas partes estivessem pelo menos perto de um acerto, Felipão não tomaria de maneira alguma esta decisão. O pior é que ainda não surgiram as sonhadas propostas de times europeus de primeiro nível pelo técnico campeão do mundo. Embora jogadores que estiveram na Copa não parem de fazer propaganda sobre o "ótimo trabalho" de Felipão, os dirigentes ainda não se convenceram nele. Felipão insiste que não está com pressa de voltar ao trabalho. Continua ganhando muito bem com suas palestras - R$ 30 mil por cerca de duas horas de trabalho. Tem adotado um estilo de vida bem familiar ao lado da mulher Olga e dos dois filhos. Mas a amigos, como o preparador físico Paulo Paixão, deixa claro que sente muita vontade de voltar a trabalhar. Gilmar Veloz tem se encarregado de acalmá-lo, garantindo que no final do ano haverá trocas de comando nas equipes que não estiverem indo bem nos torneios europeus. O México parece que terá no seu comando o sotaque argentino.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.