19 de março de 2015 | 00h03
O Morumbi voltou sentir o clima de Libertadorespela vibração da torcida e pelo ambiente decisivo armado para o SãoPaulo receber o San Lorenzo, pela Libertadores. E o estádio voltou asofrer, como pede a cartilha do torneio em jogos tensos, como o deontem. Somente aos 43 minutos do segundo tempo o gol da vitória por1 a 0 saiu e acabou com a angústia da torcida.
Ambas as equipes tratavam o encontro como o jogode ida de um mata-mata antecipado. Os atuais campeões daLibertadores vieram com a proposta de se defender e foram punidos nofim. Carlinhos cruzou e Michel Bastos marcou de cabeça parasacramentar uma vitória maiúscula, capaz de dar novo fôlego ao SãoPaulo e mais tranquilidade nos bastidores para o técnico MuricyRamalho.
LANCES - São Paulo 1 x 0 San Lorenzo
O São Paulo tomou uma série de medidas antes dojogo para transformar a noite em uma decisão. O públicodecepcionante em jogos anteriores motivou uma promoção. Quemcomprasse ingresso para um dos setores do estádio, podia levar umacompanhante de graça. O incentivo ajudou o Morumbi a receber omaior público do ano.
O elenco também se mobilizou de forma diferente.Até jogadores não inscritos na Libertadores, como Wesley, foram aoestádio para incentivar os companheiros, o time fez o aquecimento nocampo para sentir o clima do estádio e do lado de fora, não viuprotestos. As reclamações pelo preço de R$ 120 dosbilhetes deram lugar ao incentivo, com bandeiras e músicas pararecepcionar a chegada do ônibus da delegação.
O primeiro lance deu a falsa impressão de que anoite seria fácil. Aos 30 segundos uma rápida troca de passes deuchance para Alexandre Pato cruzar e Michel Bastos cabecear a bola natrave. Pato sentiu dores no lance e precisou sair.
Os torcedores mais otimistas ficaram decepcionadoscom o restante do jogo. Foi uma maçante jornada de paciência,com poucas finalizações do São Paulo e cada palmo avançado eraimportante.
O Tricolor pressionava o retrancado San Lorenzo eLuis Fabiano incomodava os zagueiros para abrir espaços às chegadaspelas laterais. O traiçoeiro time argentino tentava esfriar o ritmodo adversário, ao ganhar tempo. Só valia avançar com calma equando não houvesse perigo à defesa.
A habitual lentidão do meio-campo do São Paulodeixou o jogo cômodo para os argentinos. Ganso repetia passesinúteis pelo meio da defesa e o time insistia em jogadas individuaisfacilmente desarmadas.
Aos poucos a equipe do Papa Francisco se sentiumais confiante no Morumbi, tinha mais posse de bola e terminou oprimeiro tempo melhor, ao também acertar uma bola na trave econseguir criar mais chances de perigo do que os mandantes.
O intervalo foi uma trégua para o São Paulo, quejá estava nas cordas e voltou melhor no segundo tempo. O timeconseguiu voltar a ameaçar o goleiro Torrico, mas avançava demais edeixava a dupla de zagueiros exposta ao contra-ataques.
No decorrer do segundo tempo todo o clima dedecisão começou a complicar o São Paulo. A tensão pelo empate em0 a 0 piorou muito com uma bola trave de Luis Fabiano, pelo gol malanulado de Centurión, por impedimento, e com as chegadas do SanLorenzo à área.
A ansiedade passou a sufocar os gritos da torcidanos 15 minutos finais. O time já era desespero quando o gol salvadorsaiu e deu nova vida ao time na competição. Depois de muitotempo, o São Paulo saiu de campo festejado pela torcida.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 x 0 SAN LORENZO
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Bruno, Rafael Toloi, Lucão eCarlinhos; Denilson, Souza (Alan Kardec), Ganso e Michel Bastos; Alexandre Pato(Centurión) e Luis Fabiano. Técnico: Muricy Ramalho.
SAN LORENZO - Torrico; Buffarini, Yepes, Caruzzo e Mas;Ortigoza (Mercier), Kalinski, Mussis e Blanco (Romagnoli); Cauterrucio (Matos)e Barrientos. Técnico: Edgardo Bauza.
ÁRBITRO - Wilmar Roldán (COL).
GOL - Michel Bastos, aos 43 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Buffarini, Blanco, Caruzzo, Kalinski,Carlinhos e Mercier.
PÚBLICO - 26.236 torcedores.
RENDA - R$ 1.599.849,20.
LOCAL - Estádio do Morumbi, em São Paulo.
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