PUBLICIDADE

Publicidade

Ministro ataca críticas de Ronaldo sobre a Copa: 'Foi do comitê e nada falou'

Paulo Bernardo, titular da pasta das Comunicações, vê com estranheza comentários do ex-jogador

Por Irany Tereza
Atualização:

BRASÍLIA - A vergonha que o jogador Ronaldo assumiu sentir em relação aos problemas constatados nos preparativos para a Copa do Mundo é infundada, na opinião do ministro das Comunicações Paulo Bernardo. Ele rebateu as críticas do Fenômeno cobrando também do ex-jogador responsabilidade na organização do torneio. "Não sei do que o Ronaldo se envergonha. O que vejo é que ele foi membro do comitê local e não falou nada durante esse período todo. E faz cinco anos que está sendo preparada a Copa", disse o ministro.Bernardo reconheceu que boa parte das obras projetadas para a Copa não será entregue até a abertura do mundial, daqui a duas semanas. E disse que, durante uma reunião para decidir sobre a preparação do País para sediar o campeonato, alguém propôs, "a sério" que a decretação de feriado nos dias de jogos resolveria o problema de mobilidade."Na época, lembro que teve até uma discussão, ainda na gestão do presidente Lula, de que teríamos que investir em mobilidade, metrô, corredor de ônibus, e alguém na mesa disse o seguinte: vamos ser francos, essa história de mobilidade é só decretar feriado no dia e acabou o problema. Vai todo mundo pra casa, não fica carro na rua e acabou o problema de mobilidade. Mas, não queríamos fazer isso. Achamos que era uma oportunidade para colocar recursos em obras de mobilidade", disse o ministro.Ele defende que, apesar de não ser possível estipular prazos para a conclusão, os projetos pendentes ficarão prontos depois do campeonato. "Não ficou pronto, mas vai ficar. Vai acabar a Copa e esses investimentos vão continuar", afirmou, dizendo que "vai dar tudo certo" durante o torneio, inclusive na transmissão de dados e imagens.Em relação às críticas feitas dos representantes da Fifa, o ministro foi bastante categórico, principalmente na resposta a Jérome Valcke. "Em alguns momentos eles resvalaram para a grosseria. Não vou nem falar que o Valcke queria dar um pontapé na nossa bunda, mas acho que em alguns momentos se portaram de forma bem grosseira. E isso inclusive depõe contra eles, porque todo mundo sabe que cartola de futebol é meio mafioso", afirmou. Bernardo comentou também a entrevista que o ex-jogador francês Michel Platini concedeu ao Estado, no qual afirmou que o grande legado de uma Copa do Mundo são os estádios. "Ele sabe tudo de futebol. Com certeza, mudamos o padrão de estádios do Brasil. Eu vi esse negócio de Cuiabá, do 'sertanejão'. Mas, por exemplo, Manaus, onde os times estão muito ruins, tem o maior torneio de futebol amador do Brasil, chamado 'peladão'. Por que não aproveitar essa paixão que o povo tem por futebol para fazer uma coisa organizada e ter um futebol com o padrão do estádio que está lá? Os estádios são de futebol, mas são multiuso. Mas têm de ser para futebol, que foi a origem da ideia para construir. Se no Mato Grosso não vai ter ninguém interessado, tudo bem, acho razoável fazer festival sertanejo. Mas os estádios foram feitos para futebol", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.