Os jogadores de futebol da Itália foram chamados de "mimados" por um ministro de direita depois de terem ameaçado entrar em greve para exigir seus direitos. O Sindicato dos Jogadores reagiu rapidamente aos comentários, descrevendo como "sem sentido", mas sem dar indicações de que pode chegar a uma resolução para evitar a greve antes do início da temporada do Campeonato Italiano nos dias 27 e 28 de agosto. Mais cedo este mês, o sindicato disse que a nova temporada poderia não começar até que um novo acordo coletivo fosse assinado, garantindo os direitos dos jogadores. O acordo antigo venceu no final da temporada 2009/10 e as negociações para uma renovação duraram toda a última temporada, quando greves foram evitadas por duas vezes. "Se essa classe mimada continuar com a ameaça de greve eu proponho que, assim como os políticos, eles dobrem as contribuições solidárias", disse o ministro de Gabinete, Roberto Calderoli, na quarta-feira. "Não sei se as contribuições solidárias são justas ou não, mas se alguém deve pagá-las, são os jogadores." A chamada contribuição solidária é um imposto temporário arrecadado de italianos que ganham mais de 90 mil euros por ano. Leonardo Grosso, vice-presidente do Sindicato dos Jogadores Italianos (AIC), respondeu afirmando que "não faz sentido dizer que os jogadores são mimados". "Os jogadores são contribuintes que seguem as regras. Deve-se lembrar que, enquanto alguns jogadores ganham muito, existem muitos outros que têm salários modestos e não são pagos em intervalos frequentes", acrescentou. Calderoli chegou a propor no passado um limite de salário para jogadores e nas vésperas da Copa do Mundo de 2010 sugeriu que a seleção italiana deveria perder o direito ao bônus caso eles ganhassem. Na Copa, a Itália saiu na primeira rodada. Entre as reclamações do sindicato está o fato de clubes tentarem forçar jogadores a mudarem de time no último ano dos contratos ou fazer com que jogadores que não são mais desejados pelos seus clubes treinem separadamente. (Texto de Brian Homewood)