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MSI nega Berezovski; oposição protesta

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Por Agencia Estado
Atualização:

"Todos nós que brigamos contra a parceria já sabíamos que o (Boris) Berezovski estava por trás da MSI. Não há surpresa", afirmou o vice-presidente do Corinthians, Antonio Roque Citadini, ao comentar a estrevista de terça-feira com o magnata russo. "Tínhamos informações suficientes para ter certeza de que ele não só é um dos principais financiadores, como coube a ele a escolha de quem investiria em todo o negócio." Berezovski confirmou à Agência Estado que daria US$ 50 milhões para a construção do estádio do Corinthians e estudava investir no clube, porém a oposição vê o discurso como um primeiro passo para ele assumir o comando da MSI. Para o dirigente corintiano, o iraniano Kia Joorabchian atua como espécie de ?laranja? para o milionário e deve fazer no Brasil o que fez em Moscou, na Rússia, quando comprou o jornal Kommersant, no ano de 1999. "Ficou oito meses dizendo que o Berezovski não tinha nada a ver com o investimento. Aí, de repente, assumiu que ele fazia parte e foi embora, deixando tudo na mão do russo." Nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa da MSI divulgou nota contestando a matéria. De acordo com o comunicado, Berezovski não é um dos investidores do fundo, afirma que em momento algum o russo admitiu financiar a parceria e que "nenhum outro tema, a não ser a construção do estádio para o clube foi discutido, em nenhum momento, com o sr. Berezovski." A declaração do russo dá a entender outra coisa em relação ao último item pelo menos. Depois de Kia e Dualib "insistirem muito" para que ele passasse a fazer parte dos investimentos, o magnata afirmou: "Estou preparado para participar do projeto. Concordei, mas disse que a primeira etapa precisaria ser a construção do estádio." "O Kia vai ter de se explicar agora", exigiu Citadini. "Se bem que não sei se vai adiantar muito. Ele é de uma falta completa de lógica no discurso", provocou. O iraniano, presidente do fundo, declarou algumas vezes que Berezovski era um grande amigo, porém, não participaria de forma alguma da parceria. Cansou-se de negar seu envolvimento. Um dos mais combativos adversários do acordo entre MSI e Corinthians foi o deputado estadual Romeu Tuma Jr. Enfático: "A matéria comprova o que falávamos. Quero ver o que eles (MSI) vão falar agora." Prova incontestável - Para o jurista Rubens Approbato Machado, a reportagem da Agência Estado pode ser usada como prova na investigação encaminhada pelo Ministério Público Estadual ao Ministério Público Federal. "Se ele aceitou dar a entrevista, é um documento que os procuradores devem levar em conta." Approbato brigou no Conselho Deliberativo do Corinthians para que o nome dos investidores fosse revelado. Agora, que um deles pode aparecer, se mostra receoso. "Fiquei mais preocupado ainda. O que me incomoda são os antecedentes do Boris Berezovski." O magnata foi condenado pela Justiça russa por envolvimento com o tráfico de armas para a Chechência e processado na Suiça por crime de lavagem de dinheiro. Conclusão - Para o procurador do MP Estadual, José Reinaldo Gonçalves Carneiro, a entrevista de Berezovski revela exatamente a conclusão do que foi entregue ao MP Federal. "Apresentamos uma investigação detalhada com relação à participação do russo na parceira. Além disso, mostramos que há indícios de crime de lavagem de dinheiro. Agora, cabe ao MP Federal dar seqüência ao trabalho. Claro que o fato de ele confirmar ajuda nas investigações." Por sua vez, o MP Federal não parece muito atento aos novos fatos. A assessoria do procurador Silvio Luiz Martins Oliveira respondeu nesta quarta, por telefone, que ele "não tem nada a declarar porque não há nenhuma novidade no caso". Quando houver algum "fato relevante", segundo a assessoria, o procurador vai se pronunciar sobre o tema.

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