EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

(Viramundo) Esportes daqui e dali

Muitos por um

PUBLICIDADE

Por Antero Greco
Atualização:

Os Estaduais ou disputas regionais terminaram e cumpriram o papel de atender a compromissos bairristas e locais. A partir de amanhã, será possível avaliar se ao menos serviram como preparação para o que de fato interessa em termos de bola nacional: o Campeonato Brasileiro. A Série A, óbvio, é a que atrai holofotes, embora dezenas de equipes tradicionais se espalhem pelas divisões B, C, D. Estas desempenham função de coadjuvantes, de penar no purgatório.

PUBLICIDADE

Na véspera da largada, com quatro jogos a preencher o sábado, outras constatações redundantes, quase lugares-comuns, mas a merecer registro. A principal delas: o torneio de elite continua a ser tira-teima entre Sul e Sudeste. Das duas regiões mais ricas do País provêm 17 dos 20 concorrentes – o Estado de São Paulo à frente, com 5 representantes. (Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ponte.) O Nordeste tem os três restantes: Vitória, Santa Cruz e Sport. O Norte e o Centro-Oeste estão riscados do mapa.

Outra verdade está no fato de que não há um time que concentre preferência de prognósticos. Confira as prévias e notará como são citados diversos candidatos; sem exagero, a metade entra em alguma lista. Como em toda competição longa e de resistência, haverá exemplos de fogo de palha, dos que fazem fumaça, agitam e perdem fôlego. Como não há nenhuma superequipe, a tendência é a de equilíbrio no mínimo até o meio do returno.

Há mais episódios a se repetirem no roteiro de todos os anos: mudanças de treinador, rodada sim, rodada não é um deles, infalível. (Em certos momentos, rodada sim e rodada sim.) Polêmicas a respeito de decisões de arbitragem é outra figurinha carimbada. Um clássico, campeão de audiência, que consumirá páginas de jornal, horas de entrevistas, de debates na televisão, sem que se chegue a decisão alguma.

Revoada de talentos marcará ponto, tão certa quanto as festas juninas. Logo mais, lá pelo meio do ano, antes da virada de turno gringos virão garimpar pérolas a pouco preço. Talvez não precise demorar tanto: o Corinthians lida de novo com a perspectiva de perder titulares em breve. Sombra que paira sobre o Santos desde alguns meses.

Publicidade

Quase deixava à margem assunto irrevogável, a dar as caras amanhã mesmo: o antagonismo entre pontos corridos e mata-mata. Se, por porventura, um afortunado abrir vantagem sobre os demais, os detratores dos pontos corridos apontarão o dedo e dirão: “Estão vendo? Não tem graça nenhuma! É sonolento, desmotivador”. E etc.

Se a briga embolar, defensores dos pontos corridos vão encher-se de brios e apontar os benefícios do sistema de disputa ressuscitado pela CBF há mais de uma década. Por ser método justo de apontar um campeão e os rebaixados, me alinho com a turma dos que preferem pontos corridos. Para eliminação direta, há estaduais, regionais, Copa do Brasil, Taça Libertadores.

Como ficar em cima do muro não é a função do cronista, não me eximo de dar a cara a tapa. O Palmeiras, pela diversidade e qualidade do elenco, pode puxar a fila dos postulantes ao troféu. Cuca é dos raros treinadores que terão à disposição no mínimo dois jogadores por posição. Isso conta numa maratona de 38 rodadas. Caberá a ele dosar esforço e usar o grupo com critério e justiça.

O trio Corinthians, São Paulo e Santos não pode ser desprezado, bem como o Atlético-MG. A dupla Fla-Flu tem potencial, mais pela experiência dos técnicos do que pela riqueza de plantel. Os gaúchos no momento correm por fora, e o Grêmio desponta como um dos que logo devam mexer no comando. Fica a pergunta habitual: quando chegará novamente a vez do Internacional?

Penca de citados para o topo, idem no que se refere à fuga da degola. Figueirense, Chapecoense, Ponte, Vitória, América precisam ficar espertos desde o pontapé inicial. O Botafogo retornou, com sinal amarelo. E sempre haverá espaço para azarão, um grande que decepcionará. O Brasileiro não é um primor, mas tem charme.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.