
13 de maio de 2016 | 03h00
Na véspera da largada, com quatro jogos a preencher o sábado, outras constatações redundantes, quase lugares-comuns, mas a merecer registro. A principal delas: o torneio de elite continua a ser tira-teima entre Sul e Sudeste. Das duas regiões mais ricas do País provêm 17 dos 20 concorrentes – o Estado de São Paulo à frente, com 5 representantes. (Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ponte.) O Nordeste tem os três restantes: Vitória, Santa Cruz e Sport. O Norte e o Centro-Oeste estão riscados do mapa.
Outra verdade está no fato de que não há um time que concentre preferência de prognósticos. Confira as prévias e notará como são citados diversos candidatos; sem exagero, a metade entra em alguma lista. Como em toda competição longa e de resistência, haverá exemplos de fogo de palha, dos que fazem fumaça, agitam e perdem fôlego. Como não há nenhuma superequipe, a tendência é a de equilíbrio no mínimo até o meio do returno.
Há mais episódios a se repetirem no roteiro de todos os anos: mudanças de treinador, rodada sim, rodada não é um deles, infalível. (Em certos momentos, rodada sim e rodada sim.) Polêmicas a respeito de decisões de arbitragem é outra figurinha carimbada. Um clássico, campeão de audiência, que consumirá páginas de jornal, horas de entrevistas, de debates na televisão, sem que se chegue a decisão alguma.
Revoada de talentos marcará ponto, tão certa quanto as festas juninas. Logo mais, lá pelo meio do ano, antes da virada de turno gringos virão garimpar pérolas a pouco preço. Talvez não precise demorar tanto: o Corinthians lida de novo com a perspectiva de perder titulares em breve. Sombra que paira sobre o Santos desde alguns meses.
Quase deixava à margem assunto irrevogável, a dar as caras amanhã mesmo: o antagonismo entre pontos corridos e mata-mata. Se, por porventura, um afortunado abrir vantagem sobre os demais, os detratores dos pontos corridos apontarão o dedo e dirão: “Estão vendo? Não tem graça nenhuma! É sonolento, desmotivador”. E etc.
Se a briga embolar, defensores dos pontos corridos vão encher-se de brios e apontar os benefícios do sistema de disputa ressuscitado pela CBF há mais de uma década. Por ser método justo de apontar um campeão e os rebaixados, me alinho com a turma dos que preferem pontos corridos. Para eliminação direta, há estaduais, regionais, Copa do Brasil, Taça Libertadores.
Como ficar em cima do muro não é a função do cronista, não me eximo de dar a cara a tapa. O Palmeiras, pela diversidade e qualidade do elenco, pode puxar a fila dos postulantes ao troféu. Cuca é dos raros treinadores que terão à disposição no mínimo dois jogadores por posição. Isso conta numa maratona de 38 rodadas. Caberá a ele dosar esforço e usar o grupo com critério e justiça.
O trio Corinthians, São Paulo e Santos não pode ser desprezado, bem como o Atlético-MG. A dupla Fla-Flu tem potencial, mais pela experiência dos técnicos do que pela riqueza de plantel. Os gaúchos no momento correm por fora, e o Grêmio desponta como um dos que logo devam mexer no comando. Fica a pergunta habitual: quando chegará novamente a vez do Internacional?
Penca de citados para o topo, idem no que se refere à fuga da degola. Figueirense, Chapecoense, Ponte, Vitória, América precisam ficar espertos desde o pontapé inicial. O Botafogo retornou, com sinal amarelo. E sempre haverá espaço para azarão, um grande que decepcionará. O Brasileiro não é um primor, mas tem charme.
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