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Multa dos jogadores passa a dominar

Por Agencia Estado
Atualização:

A Lei Pelé, em vigor desde 1998, é apontada como a grande vilã do futebol brasileiro. O texto estabeleceu o fim do passe e trouxe um novo elemento para as relações entre jogador e clube: a multa rescisória. Desde então, o vínculo passou a ser guiado por um contrato. Com o fim do compromisso, o jogador tem o poder de decidir onde irá jogar. "O principal problema da saída de jogadores é essa lei. Eles têm todo o amparo enquanto o clube não tem nada", reclama Marco Antônio Eberlim, vice-presidente da Ponte Preta. "Culpar a lei é muito fácil", rebate o advogado Domingos Sávio Zainaghi, especialista em direito esportivo. " Afinal, com a legislação anterior, os jogadores também iam embora." Segundo Zainaghi, os dirigentes ainda não se adaptar à lei. Ele explica que existem mecanismos a serem utilizados pelo clube para manter seus jogadores. "Quando o time perceber o seu atleta mais valorizado, pode renegociar, mudar o contrato. A multa rescisória pode ser até 100 vezes maior que o valor da remuneração." O expediente foi usado por São Paulo e o Santos, quando tentaram segurar, sem efeito, Kaká e Robinho. Milan e Real Madrid acabaram bancando as cifras estipuladas, o que esbarra em um problema econômico, e não legal. "Se o clube depositar o valor da multa não tem como segurar o jogador", admite Juvenal Juvêncio, diretor de futebol do São Paulo.

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