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Na lista de Dunga, Tardelli sonha com a Copa na Rússia

Atacante vive ótima fase no Atlético-MG e agora espera mostrar serviço nos amistosos da seleção brasileira nos Estados Unidos

Por Paulo Favero
Atualização:

Diego Tardelli está de volta à seleção brasileira, que disputará dois amistosos nos Estados Unidos, contra Colômbia e Equador. Feliz da vida por ter sido lembrado pelo técnico Dunga, o atacante do Atlético-MG quer aproveitar o bom momento para convencer o treinador que pode permanecer na equipe. Nesta entrevista exclusiva, ele revela que seu sonho é disputar a Copa de 2018.Como você vê seu retorno à seleção brasileira? Eu estava na expectativa desde o ano passado. As pessoas sempre comentavam que eu poderia ser chamado. Felizmente agora chegou uma nova oportunidade, e será minha segunda vez com o Dunga. Fico muito feliz pela lembrança, estou focado e motivado para tentar ficar no grupo e, quem sabe, disputar uma Copa. Estou mais maduro e preparado.Sua primeira convocação foi com ele. Tem boas lembranças? Com certeza. Foi em 2009 e eu sempre gostei do trabalho do Dunga e dele como pessoa. Agora estou muito feliz por ele ter lembrado meu nome novamente. Na Copa de 2010, fiquei na lista de 30 jogadores, mas acabei não tendo chance de disputar o Mundial.Aos 29 anos, você acha que tem condições de disputar a Copa na Rússia? É um sonho, sempre foi e sempre será. Em 2018 vou estar com 33 anos, estarei mais maduro e querendo mais.

Convocado por Dunga, Diego Tardelli se apresenta para os amistosos da seleção brasileira Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Você tem contrato com o Atlético-MG até 2017. Vai cumprir até o fim? Meu momento é de felicidade, mas ainda tenho objetivo de poder ir para fora novamente. Vamos deixar as coisas acontecerem.São mais de 200 jogos pelo clube. Como é chegar a essa marca? É com muito orgulho e satisfação que vejo esses números. Tenho enorme respeito pelo Atlético-MG e bastante carinho pela torcida.Um atacante vive de gols e, apesar de alguns momentos de seca, você já é o 15º maior goleador da história do Galo, com 104 gols. Qual a sensação? Posso dizer que tive 95% de momentos de alegria no clube. Isso para mim é muito bom. Espero conseguir ficar entre os dez maiores artilheiros da história do Atlético-MG, isso será importante e sei que vai representar muito para mim.Você vê chances de título do Atlético-MG no Brasileirão? Eu acredito. Não podemos perder o foco, estamos perto do G-4 e precisamos fazer nossa parte. O objetivo é entrar no G-4, permanecer e tentar no segundo turno ter uma arrancada, ganhando em casa e fazendo pontos fora. Temos condições e elenco para isso.A eliminação do Brasil na Copa gerou muita repercussão. Após a goleada sofrida para a Alemanha, muito se discute sobre os problemas do País. Como você vê o nível técnico do futebol brasileiro? É claro que passamos por um momento muito ruim após a derrota, com grande desconfiança, mas temos de valorizar os jogadores que temos aqui. O Brasil ainda tem grandes talentos e jogadores habilidosos. Claro que o resultado ficou marcado, mas vai servir de aprendizado. Acho que o Campeonato Brasileiro é um dos melhores do mundo para se jogar e muito bom jogador vem para cá porque sabe das qualidades dos jovens.Muito se fala também dos problemas nas categorias de base. Você já disse diversas vezes que foi uma vítima por não receber conselhos e instrução quando era muito novo e muita gente achou que você iria se perder na carreira. Só que você deu a volta por cima, apesar das pedras no caminho. Como foi isso? Estou em uma fase de grande maturidade, sou outra pessoa. Tenho família, filhos, e pensaria duas vezes antes de fazer o que fazia na época. Acho que dos 18 aos 24 anos muita coisa acontece, mas já passou, e deu tempo para me recuperar. Acho que todo jogador passa por isso. Consegui dar a volta por cima, acho que pude ser referência no futebol brasileiro como atacante, tenho orgulho satisfação disso, e fico feliz de poder mostrar para aquelas pessoas que não acreditavam em mim que dei certo.Quando você acha que deixou de ser um jogador-problema? Quando coloquei a cabeça no lugar. Eu refleti e vi o que estava errado, isso tudo mudou o meu comportamento. Eu fazia coisas de moleque, próprias da juventude, e que todo mundo faz, não era nada demais. Mas algumas pessoas deixavam escapar para a imprensa e aí tomava grande repercussão. Os jovens de hoje vão continuar fazendo isso, mas o bom é que para mim já passou.Quem mais te ajudou no carreira? Tenho vários padrinhos. Gosto muito do professor Leão, que me trouxe ao Atlético-MG, o presidente Kalil, a torcida do Atlético-MG. Depois que cheguei aqui foi outro mundo. Pude ser artilheiro do Brasileirão e mostrar meu futebol.É verdade que seu nome foi dado em homenagem ao Maradona? É sim. O Diego vem dele e o Tardelli é em homenagem a um jogador da seleção da Itália que meu pai gostava muito. Ele, que também foi jogador de futebol, juntou os dois nomes e ficou assim. Agora eu tenho dois filhos, a Pietra e o Dieguinho, que está com três anos e já dá para perceber que ele bate diferente na bola.

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