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Narciso serviu de exemplo para Washington

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ao receber uma bola rasteira após uma cobrança de falta aos 7 minutos do segundo tempo, no clássico contra o Paraná, o atacante Washington, do Atlético Paranaense, não imaginava que no segundo seguinte reencontraria o caminho do gol depois de uma separação forçada de 14 meses, por causa das duas angioplastias e dos problemas cardíacos que enfrentou. Seu time venceria o jogo por 3 a 0, mas o resultado não foi tão importante quanto o retorno desse jogador de 28 anos ao futebol. "Foi como se eu revivesse, depois de tanto tempo em tratamento e treinamentos, com vontade de jogar. Felizmente estou de volta ao que mais gosto de fazer", disse Washington. O gol selou definitivamente um ciclo que começou na Turquia, há um ano e meio, quando defendia o Fenerbahce. Um diagnóstico mostrou que ele estava com problemas em seu coração. Na mesma hora, Washington voltou ao Brasil. Apesar de ter sido contratado pelo Atlético-PR, alguns exames preliminares mostraram que ele precisaria de mais uma cirurgia antes de tentar a volta ao futebol. "O Atlético acreditou em mim. A comissão médica me avaliou e disse que eu teria uma chance de voltar a jogar, o que foi o suficiente para eu me esforçar o máximo na recuperação", revelou o atacante. "Colocamos a sua vida em primeiro lugar e claro que ao vê-lo dentro de campo jogando futebol nos emocionamos todos, como nunca havia acontecido em meus 15 anos de Atlético", admitiu o médico Edílson Thiele, que cuidou de Washington em parceria com Constantino Constantine. Na opinião do jogador, seu retorno aos gramados serviu para valorizar ainda mais alguns aspectos de sua vida. "Minha família, o grupo de atletas, os amigos, todos confiaram em mim e isso foi importante mesmo nos momentos mais críticos da minha recuperação", disse Washington. Segundo ele, o retorno de Narciso ao futebol também serviu de exemplo. "Sua recuperação, a luta pela vida, foi fundamental para eu acreditar ainda mais que poderia jogar", contou Washington, lembrando do caso do colega do Santos, que se recuperou de uma leucemia, seguida do transplante de médula. Nascido em Brasília, Washington já havia sofrido uma grande interrupção em sua carreira. Em 2000, ele fraturou a fíbula direita e ficou cinco meses parado. Depois de recuperado, disputou uma partida e no treino seguinte voltou a fraturar a mesma perna. "Foram provações que consegui superar graças a Deus", concluiu.

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