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Nas súmulas, árbitros relatam próprio protesto antes dos jogos

Ação simbólica é contra o veto de item da Medida Provisória 671

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Por Redação
Atualização:

As sete partidas desta quarta-feira válidas pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro foram cenário de um protesto simbólico das equipes de arbitragem. Antes do início dos jogos, foram levantadas as placas de substituição com os números '0' e '5', representando os 0,5% de direitos de transmissão de TV que os árbitros reivindicam. A ação dos árbitros, inclusive, foi relatada por eles próprios nas súmulas.

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"Informo que, antes da partida, o 4º árbitro levantou a placa de substituição com o numeral 05 (cinco) no meio do campo de jogo, com anuência e presença de toda a equipe de arbitragem. Informo ainda que foi feito 01 (um) minuto de silêncio de forma simbólica, objetivando a melhoria das leis para a arbitragem. Esclareço que o jogo iniciou no horário previsto", informa a súmula de Péricles Bassols, que apitou o duelo entre Coritiba e Palmeiras.

O texto que aparece no documento foi definido como 'padrão' pelos árbitros. Ele se repete com poucas variações em seis das sete súmulas dos jogos desta quarta-feira. Apenas Luiz Flavio de Oliveira, que apitou o jogo entre Corinthians e Sport, não relatou o evento. Alguns dos árbitros, inclusive, citam o apoio que receberam de capitães e técnicos.

Árbitros repudiam veto a item que lhes garantia direito de arena na MP 671 Foto: Geraldo Bubniak

Marcelo Aparecido de Souza, responsável pelo jogo entre Flamengo e Atlético-PR, foi um deles: "Tivemos o apoio dos capitães das equipes antes do jogo e após o jogo o treinador da equipe do Atlético-PR (Milton Mendes), nos parabenizou e desejou sucesso em nossas reivindicações." O Beira-Rio foi o único local onde os números "0" e "5" não foram levantados, mas sim "671", número da Medida Provisória do Futebol. A troca aconteceu em "respeito à torcida" do Internacional, que sofreu goleada de 5 a 0 para o rival Grêmio no último domingo.

O item do direito de arena da classe dos árbitros, que garantiria o repasse de 0,5% das cotas de TV, foi vetado do texto da MP do Futebol pela presidente Dilma Rousseff. Segundo a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), este valor representa um total de R$ 9 milhões, que seriam destinados aos sindicatos, que fariam a redistribuição da verba para os árbitros. Segundo o presidente Marco Antônio Martins, isso aumentaria a renda do árbitro em cerca de 150%. Atualmente, um árbitro Fifa recebe aproximadamente R$ 4 mil por partida.

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