Márcio Fernandes/AE
Atacante Neymar empurra a bola com a mão para marcar o primeiro gol do Santos na Vila
SÃO PAULO - O Santos nem precisava, mas venceu o São Paulo por 3 a 0 neste domingo, 18, e está na final do Campeonato Paulista. Com dois gols, Neymar comandou a vantagem da sua equipe, que podia perder por até dois gols de diferença na Vila Belmiro para liquidar de vez o adversário. Paulo Henrique Ganso ainda fechou a conta.
Atual vice-campeão do estadual, o Santos agora encara o Santo André em 25 de abril e 2 de maio pelas finais. O São Paulo se despede da competição com derrota em todos os clássicos.
PRA CIMA
Em busca do resultado, Ricardo Gomes mexeu na equipe. O técnico tirou os laterais Jean e Júnior César para promover as entradas de Cicinho e Richarlyson, que voltou depois de sete partidas. No ataque, a grande surpresa: o artilheiro Washington deu lugar ao veloz Fernandinho. Dono da vantagem, o técnico Dorival Júnior decidiu reforçar o seu meio-campo com Wesley e Arouca na marcação.
"Hoje temos um time mais veloz. As duas equipes estão acostumadas a impor o ritmo sobre os adversário. Pode ser uma partida de muitos gols", disse Ricardo. Do outro lado, Júnior até compartilhava a opinião. "Não dá para pensar na vantagem. Ela só vale no último minuto. Podemos ter tantos gols quanto no Morumbi (3 a 2 para o Santos).
Mas a formação tática das equipes não refletia o jogo apresentado. Em tese mais ofensivo, o São Paulo via o time da casa tomar as iniciativas. Por duas vezes, Robinho esteve frente a frente com Rogério Ceni e chegou até a reclamar de um pênalti não marcado.
O time tricolor só começou a levar perigo mesmo quando a grande substituição da tarde decidiu jogar. Fernandinho caiu pela ponta-esquerda e por lá esboçou algumas jogadas de efeito. Faltava a melhor conclusão em gol.
"A gente tem que ter mais tranquilidade. Estamos afobado para tocar a bola. Falta só fazer o primeiro gol", disse Hernanes, na saída para o intervalo. Do outro lado, Robinho pedia o mesmo. "O time está bem, a marcação está muito boa, mas falta caprichar na finalização."
SANTOS | 3 |
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval , Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos (Rodrigo Mancha), Paulo Henrique Ganso; Robinho (Zé Eduardo) e Neymar (Madson) | |
Técnico: Dorival Júnior | |
SÃO PAULO | 0 |
Rogério Ceni ; Cicinho , Alex Silva , Miranda, Richarlyson ; Rodrigo Souto , Cléber Santana (Washington), Hernanes , Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho (Léo Lima) | |
Técnico: Ricardo Gomes | |
Gols: Neymar, aos 12 e aos 38; Paulo Henrique Ganso, aos 41 minutos do segundo tempo.Árbitro: José Henrique de CarvalhoEstádio: Vila Belmiro, em Santos (SP) |
EFEITO CONTRÁRIO
O esquema de Ricardo Gomes não funcionou. Sem um centroavante, Dagoberto e Fernandinho ficaram distantes um do outro e foram presas fáceis para os zagueiros santistas. Era a vez então de Washington.
O artilheiro do São Paulo entrou em campo, mas quem decidiu mesmo foi o atacante do Santos aos 14 minutos do segundo tempo. Marquinhos cruzou para área, Neymar tropeçou em Alex Silva e, mesmo caído, com o braço, marcou para o Santos.
Se a situação para o time do Morumbi já estava difícil, com o gol sofrido ficou ainda pior. O Santos, que já estava tranquilo, ainda teve um pênalti polêmico a seu favor no momento em que começava a poupar seus principais jogadores aos 38 minutos. Como na primeira fase, Neymar deu nova paradinha e, de novo, venceu Rogério Ceni. Foi o 12.º gol dele pelo Paulista, 21.º na temporada.