
13 de janeiro de 2016 | 10h03
A Justiça espanhola convocou Neymar para depor como investigado no caso envolvendo seu contrato no Barcelona. O jogador terá de comparecer à Corte no dia 2 de fevereiro para explicar sua transferência. Ele é suspeito de corrupção privada e fraude. A audiência está marcado para as 10h da manhã. Uma hora depois, será a vez do depoimento de seu pai, Neymar Da Silva Santos, seguido por sua mãe, Nadine Gonçalves Da Silva Santos.
Um dia antes, será a vez do depoimento de Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. O Santos, a N&N Consultoría Esportiva e Empresarial também serão ouvidos.
Neymar pode ser indiciado na Espanha
Neymar, um dos três melhores jogadores do mundo em 2015, pode ser indiciado na Espanha por corrupção. A procuradoria em Madri pediu que o jogador fosse convocado para depor na condição de réu por "crimes de corrupção entre particulares e fraude" envolvendo sua contratação pelo Barcelona. O procurador José Perals também conseguiu que os dois ex-presidentes do Santos, Odilio Rodríguez e Luis Álvaro de Oliveira, também sejam ouvidos.
A iniciativa é resultado do processo aberto pela empresa DIS, que gestionava parte dos direitos sobre Neymar quando o brasileiro ainda atuava pelo Santos. O Tribunal na Espanha já havia aceito o processo, que ainda aponta para a manipulação de contratos.
Pela lei, uma eventual condenação máxima poderia resultar em uma prisão de oito anos pelos dois crimes, ou uma multa milionária.
A queixa tinha, como origem, a divisão do pagamento que o Barcelona deveria realizar na compra do jogador. Para a DIS, ela deveria receber 40% do dinheiro que o clube catalão ou qualquer outro gastaria no jogador. Mas a empresa insiste que apenas recebeu 17,1 milhões de euros do Barcelona.
As investigações na Espanha acabaram revelando que o valor real pago por Neymar chegou a 83 milhões de euros, o que acabou sendo confirmado pelo Barcelona e levado à queda de sua diretoria. Mas 40 milhões de euros teriam ido para Neymar por meio de "contratos simulados".
Para a DIS, uma negociação transparente com outros clubes teria gerado mais dinheiro para a empresa que, ao não saber de outros contratos de Neymar com o Barcelona, considera que foi lesada financeiramente.
Na Espanha, o Tribunal já pediu os documentos sobre as negociações que ocorreram para a compra de Neymar pelo Real Madrid, Chelsea, Bayern de Munique ou pelo Manchester City. Todos esses clubes mandaram ofertas ao Santos, a Neymar ou a seu pai entre 2009 e 2013.
O caso ainda gera um processo separado contra os dirigentes do Barcelona, acusados de delito fiscal. Por tais crimes, a procuradoria pede até 7 anos de prisão ao ex-presidente do clube, Sandro Rosell, além de multas de 25 milhões de euros.
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