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No adeus, Ronaldo chora pelo Corinthians e destaca Copa-2002

Por TATIANA RAMIL
Atualização:

A carreira de Ronaldo está encerrada. Aos 34 anos, o maior artilheiro de Copas do Mundo confirmou nesta segunda-feira, às lágrimas, sua aposentadoria dos gramados, pondo fim a uma das histórias mais vitoriosas do futebol. Os 18 anos como jogador profissional foram marcados por conquistas, lesões e voltas por cima, e foram justamente as dores no corpo que o levaram a antecipar o fim da carreira, que estava marcado para o final de 2011. "Essa carreira foi linda, maravilhosa, emocionante, com muitas derrotas, infinitas vitórias", disse o jogador em entrevista coletiva no centro de treinamento do Corinthians, ao lado dos dois filhos mais velhos Ronald e Alex, vestidos com a camisa do Corinthians, e do presidente do clube, Andrés Sanchez. "Estou antecipando o fim da minha carreira por alguns motivos importantes. Todos sabem aqui do meu histórico de lesões... e essas dores me fizeram antecipar o fim da minha carreira", acrescentou. Ronaldo agradeceu a companheiros, treinadores, patrocinadores, familiares, críticos e clubes pelos quais passou: São Cristóvão, Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan e Corinthians. Quando falou do time paulista, foi às lágrimas. O atacante pediu desculpas por não ter conseguido realizar o sonho de conquistar a Copa Libertadores, disse que vai continuar indo aos estádios para torcer pelo clube e que será uma espécie de "embaixador institucional" da equipe. "A história aqui foi linda... Nunca vi uma torcida tão apaixonada, tão entregue a um time, e em alguns momentos essa cobrança por resultados faz da torcida um pouco agressiva," disse ele, negando que a pressão após a saída da Copa Libertadores diante do Tolima tenha influenciado em sua decisão. Em uma concorrida entrevista, Ronaldo disse que os dois principais momentos da carreira foram a conquista da Copa do Mundo com a seleção brasileira em 2002 e o fato de ter jogado no Corinthians. E os dois piores foram duas lesões gravíssimas no joelho. Ele disse que a decisão de parar foi tomada na última quinta-feira e brincou que já estava até com saudades da concentração antes dos jogos, algo que ele sempre criticou. "É muito duro você abandonar algo que te fez tão feliz, que você se doou tanto, que você tem tanto amor, e que poderia ainda seguir, porque mentalmente eu ainda quero muito", disse. "Mas também tenho que assumir algumas derrotas, e eu perdi para o meu corpo. Esse é o momento, farei outras coisas na minha vida, estarei ligado ao Corinthians para sempre", disse ele, anunciando que vai se dedicar à sua empresa de marketing e à Fundação Criando Fenômenos, ainda a ser criada. SEM ARREPENDIMENTOS Três vezes eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, o atacante decidiu parar antes do fim de seu contrato com o Corinthians, no fim deste ano. Ele, que ao longo da carreira teve seguidos problemas para controlar o peso, revelou que descobriu há quatro anos ter hipotireoidismo, doença causada por problemas no funcionamento da tireóide. Há quatro anos no Milan eu descobri que sofria de um distúrbio que se chama hipotireoidismo, que desacelera o seu metabolismo e que para controlar esse distúrbio eu teria que tomar alguns hormônios que no futebol não é permitido por conta do antidoping", contou. "Queria fazer esse esclarecimento no último dia da minha carreira." Ronaldo começou a carreira profissional no Cruzeiro e aos 17 anos foi convocado para defender a seleção brasileira que seria campeã do Mundial de 1994. A partir daí, ganhou a Europa, atuando no PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan. Depois de sofrer sérias lesões no joelho, que ameaçaram sua carreira, ele foi artilheiro da Copa de 2002, quando o Brasil levou seu quinto título mundial. Após nova contusão, quando atuava pelo Milan em 2008, Ronaldo voltou ao país para jogar no Corinthians. O melhor momento dele no clube paulista foi justamente no começo do contrato, o primeiro semestre de 2009, ajudando nas conquistas do Campeonato Paulista e Copa do Brasil. "Não me arrependo de nada. Minha carreira foi digna, honrei tudo que fiz. Vou sentir saudades das competições, daquela sensação de protagonismo de quando vocês faz o gol da vitória," finalizou ele, acrescentando que pode haver um jogo de despedida em sua homenagem na metade do ano.

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