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No berço do vôlei de praia, jogadores da seleção passam despercebidos

Jogadores são anônimos onde Jaqueline é rainha

Por ALMIR LEITE E GONÇALO JUNIOR
Atualização:

A seleção brasileira não encontra filas de torcedores pedindo autógrafos e selfies em Manhattan Beach, onde está concentrada para a disputa da Copa América. Por outro lado, as dezenas de quadras de vôlei instaladas em uma das praias mais famosas da Califórnia, cinco minutos da concentração da seleção, ficam cheias todos os dias. O Brasil está no berço do vôlei de praia.

Mesmo na manhã fria e fechada de uma quarta-feira de batente, jovens e adultos treinavam nas quadras centrais do píer de Manhattan Beach para um torneio regional da modalidade. Nos anos 1990, antes de o vôlei de praia se tornar uma modalidade olímpica, o que aconteceu em Atlanta-96, o Manhattan Beach Open era o torneio mais importante do mundo.

Anjinho é técnico do sub-21 dos EUA Foto: Almir Leite|Estadão

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A calçada do píer presta uma homenagem a quem percorreu essa estrada. Literalmente. Em uma espécie de calçada da fama, estão os nomes dos atletas que venceram o Open.

Os brasileiros estão presentes. Jaqueline Silva, primeira mulher a conquistar o ouro olímpico em esportes coletivos ao lado de Sandra Pires, tem seu nome em 1988 e 1990. Emanuel Rego e José Loiola no ano 2000 da calçada. Dezenas de visitantes curvam o pescoço e vão caminhando, passo a passo, sobre os campeões.

O brasileiro Eduardo Bacil, o Anjinho que fez dupla com Loiola nos anos 1990, também tem história por aqui. Foi o primeiro estrangeiro a conquistar uma etapa do circuito americano, juntamente com Loiola.

Homenagem a Jaqueline Silva, conhecida nos Estados Unidos como Jackie Silva, em Manhattan Beach, nos EUA Foto: Almir Leite|Estadão

Desde 1993 em Los Angeles, com breves interrupções, ele é técnico do sub-21 dos Estados Unidos. Embora seu nome não esteja na calçada da fama – ele só chegou ao vice – , ele é reconhecido várias vezes em poucos minutos de conversa.

Na quadra, foi a quatro sul-americanos e a dois mundiais com a seleção brasileira. Sua última passagem foi em 1992, quando jogou a Liga Mundial pela seleção adulta, que seria campeã olímpica em Barcelona, 1992. “O vôlei de praia faz parte da cultura norte-americana, mas o futebol ainda não”, diz.

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Descontraído, ele se propõe a tirar a prova dos nove. Chama um de seus alunos e pergunta sobre o torneio de futebol chamado Copa América. O jovem dá um sorriso aberto e pergunta “What soccer?”

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