
Messi com a taça da Liga dos Campeões da Europa Patrik STOLLARZ|AFP
Atacante argentino quer deixar o clube catalão onde fez história e quebrou diversas marcas
Atualizado
Messi com a taça da Liga dos Campeões da Europa Patrik STOLLARZ|AFP
Após 16 anos como jogador do Barcelona, Lionel Messi pode deixar o clube catalão em breve. O jogador argentino já avisou a diretoria que pretende sair antes mesmo do término do seu contrato, que se encerra no meio do ano que vem. Caso se confirme o desligamento do atacante, chega ao fim uma das relações entre clube e jogador mais vitoriosas da história do futebol.
Messi tem diversos recordes com a camisa do Barcelona. Mas quis o destino que seu último jogo fosse a maior humilhação que teve em 16 anos no profissional da equipe. A derrota por 8 a 2 para o Bayern de Munique, pela Liga dos Campeões, deixou um gosto amargo e um adeus melancólico, mas não apaga em nada todos os feitos do atacante argentino de 33 anos. Messi tem sido o melhor jogador do mundo há dez anos, sempre na disputa com o português Cristiano Ronaldo.
Em 16 anos no Barcelona, marcou 669 gols, sendo 634 em partidas oficiais e mais 35 em amistosos. No total, foram 33 títulos, o que dá mais de dois por temporada com a camisa do time catalão. Números o que fazem ser o maior artilheiro da história do clube. Messi é mais referenciado em Barcelona do que no seu próprio país, a Argentina, onde não teve sucesso com a seleção.
Eleito seis vezes o melhor jogador do mundo e ganhador da Chuteira de Ouro (prêmio de maior artilheiro da Europa), Messi é o segundo atleta com mais jogos pelo clube em toda a história (731) e tem a incrível marca de 513 vitórias (70% de aproveitamento em jogos pelo clube). O primeiro é Xavi, com 769 partidas.
É ainda o segundo maior artilheiro da Liga dos Campeões, com 115 gols, e o maior goleador da história do Campeonato Espanhol, com 444 gols. Ele ainda é recordista de gols em uma só temporada do Espanhol, com 50, feito alcançando em 2011/12. Ainda tem um feito incrível: Messi jamais foi expulso com a camisa do Barcelona.
De acordo com a imprensa espanhola e argentina, Messi decidiu deixar o clube catalão em que chegou quando tinha apenas 14 anos por estar decepcionado com o projeto esportivo apresentado para ele por Ronald Koeman, novo treinador e que foi contratado para fazer uma renovação no elenco.
Nessa renovação, o treinador holandês informou que o atacante uruguaio Luis Suárez, amigo de Messi, estava fora dos planos. Além dele, Koeman também anunciou que o chileno Artur Vidal, também próximo de Messi, deixará o time. Além dos dois, o Barcelona anunciou que Rakitic, Umtiti e Firpo não jogarão mais pelo time e podem ser usados como moedas de troca com outros clubes. Busques, Sergi Roberto e Piqué também poderiam deixar o elenco.
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26 de agosto de 2020 | 11h02
A limpa no elenco que o novo técnico do Barcelona, Koeman, se propõe fazer a pedido da diretoria do clube não deixará pedra sobre pedra no time catalão. Essa formação que o treinador conhece na ponta da língua não vai mais existir. A principal baixa é a do camisa 9 Luis Suárez, que ganha 16 milhões de euros (R$ 105 milhões) por temporada. O uruguaio tem 33 anos e sua permanência no clube tem sido mantida pela dupla que faz com Messi. Suárez já teve de convencer outros treinadores da sua importância no grupo. Messi e Neymar ajudaram muito nisso. Mas não é de hoje que o Barcelona olha para seu centroavante com certa desconfiança
Koeman já avisou Suárez de sua saída. O jogador não pretende abrir mão de nada dos seus vencimentos, o que dizer que o clube terá de gastar bom dianheiro com sua rescisão. E de outros também.
O brasileiro Arthur foi o primeiro a pular fora do barco. O time o repassou para a Juventus, da Itália, mas o volante não quis saber de manter seu vínculo enquanto não tinha de se apresentar no clube de Cristiano Ronaldo. Simplesmente não apareceu mais para treinar.
Dois outros jogadores do Barcelona também já teriam sido comunicados de que não farão mais parte do elenco de 2020/21. São eles o chileno Arturo Vidal e o croata Ivan Rakitic. Ao novo treinador foi dada essa missão, de olhar nos olhos de cada um deles e dizer que o ciclo no time catalão chegou ao fim. Todos eles têm contratos vigentes e isso será negociado.
Uma das intenções desse "novo Barcelona" é rejuvenecer o elenco. Os mais veteranos serão os mais visados. Vale lembrar que nenhum deles se manifestou ainda publicamente. Mas é inegável que o clube trabalha com essa reformulação. "Esta é a primeira decisão (demissão do técnico Setién) dentro de uma ampla reestruturação do time principal, que será realizada pelos atuais integrantes da comissão técnica e pelo novo treinador, que será anunciado nos próximos dias", informou o presidente do clube em comunicado tão logo o time perdeu para o Bayern de Munique na Liga dos Campeões por 8 a 2.
Nesse processo de reestruturação, apenas um jogador seria poupado: Lionel Messi. A mudança em tudo e todos não chegaria ao camisa 10 do clube. Messi, no entanto, se colocou à disposição antes de informar que ele não quer mais vestir a camisa da equipe. Sua decisão ainda será discutida, embora ela parece em caráter irrevogável.
Há outro caso difícil no elenco a ser discutido. É o de Gerard Piqué. O zagueiro do time e uma das figuras mais emblemáticas do Barcelona nos últimos anos também disse que deixaria o clube se assim a diretoria quisesse e se isso for o melhor para o Barcelona. "Estamos no fundo do paço", disse o beque após a surra para o Bayern. Chamou a derrota por 8 a 2 de "vergonha".
"A partida foi horrível, uma sensação nefasta. Vergonha é a palavra. Não se pode competir assim e jogar uma competição europeia assim. Não é a primeira nem a segunda nem a terceira vez. Estamos no fundo do poço. É muito duro e espero que sirva para algo", disse Piqué, que ainda não tem o futuro decidido no clube catalão.
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26 de agosto de 2020 | 11h25
"Adeus?" O ponto de interrogação tem um motivo. Essa foi a pergunta que estampou a capa dos principais veículos esportivos da Europa nesta quarta-feira. Isso porque a possibilidade de Messi deixar o Barcelona aparenta estar cada vez mais próxima. O jornal Marca, da Espanha, que junto aos argentinos Olé e TyC Sports, deu a informação sobre o desejo de Lionel deixar o clube catalão antes do começo da próxima temporada e enfatizou a notícia ao relatar o apelo do camisa 10: "quero deixar o Barcelona".
Em seu site, no entanto, o veículo ressalta que os dirigentes catalães não pretendem abrir mão do argentino tão facilmente. "Não contemplamos a saída de Messi porque queremos que ele fique. Pensamos em construir o futuro do Barça ao lado do melhor jogador do mundo", revelou Ramón Planes, secretário técnico do Barcelona.
Messi no Barcelona: números históricos e 16 anos de relação que pode chegar ao fim em breve
O jornal espanhol As, por sua vez, também destacou a possibilidade de saída do argentino em sua capa. Segundo o veículo, Messi pretende deixar o clube sem pedir nada em troca. Ocorre que a cúpula de dirigentes do clube catalão só irá liberá-lo por mais de 222 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão). Ele tem contrato até o meio do ano que vem.
Contudo, em seu site, o periódico informa que a Fifa não fará oposição à saída do argentino, caso o Barcelona recorra aos tribunais esportivos. A entidade máxima do futebol dará prioridade ao direito do jogador de trabalhar. A Uefa, que traça as diretrizes do futebol europeu, segue a mesma linha de raciocínio.
Quem também questionou o possível "adeus" de Messi foi o jornal francês L'Équipe. Em sua capa, o informatico cita que a "dupla de Manchester", ou seja, City e United, e a Inter de Milão estariam interessados em recrutá-lo. O veículo ainda relembra que essa não é a primeira vez que Lionel vive momentos de tensão no clube e cita, por exemplo, o episódio de 2013, quando o jogador afirmou que o então vice-presidente do clube, Javier Faus, "não entendia nada de futebol".
O periódico catalão Sport informa em sua capa que o desejo do argentino de deixar o clube deu início a uma "guerra". Em seu site, o veículo ainda crava que a decisão de Messi é irreversível e que se trata de uma questão em que a resposta é única "sim ou sim". Além disso, o veículo inclui o Paris Saint-Germain na lista de interessados pelo camisa 10. É o time de Neymar e Mbappé.
Em resumo, parece que, de fato, Messi quer sair do Barcelona. No entanto, seu desejo não é uma ordem. Haverá disputas interns. Há contratos. Os dirigentes do clube catalão serão resistentes e tentarão convencer um dos maiores jogadores da história do Barcelona – se não o maior – a ficar.
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26 de agosto de 2020 | 11h46
A possível saída de Messi do Barcelona tomou conta das redes sociais, nesta terça-feira. A notícia tornou-se um dos assuntos mais comentados do dia e repercutiu entre personalidades do futebol e da Catalunha, como o próprio presidente da região.
A Catalunha sempre será sua casa. Muito obrigado por todo esse período de felicidade e de um futebol extraordinário. Tivemos a sorte de compartilhar anos de nossas vidas com o melhor jogador do mundo. E um nobre esportista. Não te esqueceremos jamais", agradeceu Quim Torra i Pla, em tom de despedida.
Quem também manifestou apoio ao argentino foi ex-jogador do Barcelona Carles Puyol. “Respeito e admiração, Leo. Todo meu apoio, amigo”, disse o ídolo do clube, que foi aplaudido por Suárez, atacante da equipe catalã, que está fora dos planos de Ronald Koeman para a próxima temporada.
Luís Figo, que vestiu os mantos do Barça entre 1995 e 2000, por sua vez, classificou o momento como histórico. Ele também já viveu uma transferência polêmica: Deixou o clube catalão para jogar no Real Madrid.
O atacante Luis García, que acompanhou os primeiros passos de Messi no Barcelona, entre 2004 e 2003, afirmou estar incrédulo com a notícia. Ele torce para que jogador e clube não briguem em função de uma possível ruptura.
A possibilidade de Messi deixar o Barcelona foi vista por alguns clubes como “uma possibilidade de mercado” e convites não faltaram ao argentino. Claro, tudo não se passou de uma brincadeira.
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