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‘O esporte é espaço a ser conquistado pela mulher’, diz socióloga

Carla Cristina Garcia diz que as críticas sobre a atuação da auxiliar de arbitragem Fernanda Colombo reafirmam o machismo no futebol

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

A socióloga Carla Cristina Garcia, especialista nas questões de gênero, afirma que as críticas sobre a atuação de Fernanda Colombo e o período de reciclagem reafirmam o machismo no futebol. "Se um árbitro bonito tivesse cometido aqueles erros, os diretores do clube prejudicado não sugeririam que ele posasse para a G Magazine", diz a especialista, citando uma revista de nus masculinos. Para a professora, a solução é a educação.

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Por que a mulher não ocupa no futebol o mesmo espaço que conquistou em outros setores?

O futebol, assim como o esporte em geral, é muito machista. Ainda vivemos com aquela ideia dos séculos XIX e XX da fragilidade do corpo feminino. É preciso lembrar que foi uma conquista o direito de praticar educação física. Além disso, a mulher era proibida de praticar lutas, como judô, até 1960! O esporte, principalmente, o futebol, ainda é um espaço a ser conquistado pela mulher.

Acontece a mesma coisa na arbitragem?

Na arbitragem, prevalece a ideia de que a mulher não entende de futebol. Tenho dúvidas se um homem que cometesse os mesmos erros da assistente (Fernanda Colombo) teria esse processo tão rigoroso de reciclagem.

Para socióloga, futebol, assim como o esporte em geral, é muito machista Foto: José Patrício/Estadão

O que a mulher tem de fazer?

A melhor saída é a educação e a continuidade da luta pelos direitos de igualdade de gênero. E a educação começa na infância. As aulas de educação física do ensino fundamental e do ensino médio fazem distinção entre meninos e meninas. Esse é o começo. 

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